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Vinhos chilenos invadem mercado suíço

Os vinhos tornaram-se o primeiro produto chileno de exportação para a Suíça, ultrapassando o peixe, a celulose e o cobre.

No ano passado, a Suíça importou quase 5 milhões de litros, num total de 20 milhões de francos suíços (€ 13,3 milhões). A ofensiva comercial chilena está criando problemas para os produtores suíços.

Em 2001, o vinho passou a ser o principal produto chileno de exportação para a Suíça. Foram quase 5 milhões de litros importados e distribuidos na Suíça por 40 empresas. A ofensiva comercial fez do vinho a prioridade promocional da embaixada do Chile em Berna, capital suíça.

Estratégia vem de Santiago

Apesar da Suíça ser o quinto consumidor mundial de vinho por habitante, está em 14° lugar na importação de vinhos chilenos. Os dois maiores mercados para os chilenos são Estados Unidos e Grã-Bretanha.

“São principalmente vinhos de bouquet, devido o alto poder aquisitivo dos suíços” afirma Jaime Bacuñán, consul chileno em Berna transformado em entusiasta agente promocional dos vinhos de seu país.

Pesquisa divulgada recentemente pelo jornal “24 Horas”, de Lausanne, indica que os vinhos chilenos, principalmente os de apelação Chardonay, Merlot e Cabernet Sauvignon estão na moda na Suíça devido a relação qualidade-preço mas também devido a ofensiva comercial dos chilenos.

A estratégia é confirmada por Jaime Buscañán que explica que por ordem do Ministério das Relações Exteriores, os consulados das principais cidades européias se transformaram e escritórios de fomento às exportações chilenas.

Crise da viticultura suíça

A penetração do vinho chileno no mercado suíço ajuda a revelar a crise do setor vinícola na Suíça. Há excesso de produção, principalmente de vinhos brancos, e os custos de produção são muito altos. Só no Cantão do Valais, por exemplo, principal produtor suíço, existem estoques de 10 milhões de litros de vinho branco.

O resultado é que o consumidor acaba preferindo um vinho estrangeiro de boa qualidade a um preço inferior. Os produtores suíços reagem dizendo que é impossível competir.

Christhian Sossauer, membro da Sociedade Suíça de Viticultores, afirma que “a concorrência é desleal, porque é difícil imaginar que um operarário vinícola possa viver descentemente no Chile, quando o importador paga 2 francos suíços por garrafa.”

Além da crise do setor na Suíça, há também um fenômeno de moda do vinho chileno. Em concurso de degustação promovido pelo jornal “24 Horas”, entre os preços considerados médios, os mais votados pelos enólogos foram dois tintos chilenos (Undurraga 1999 e Don Osvaldo).

swissinfo/Alberto Dufey

– Vinho já é o principal produto de exportação do Chile para a Suíça

– Em 2001, foram quase 5 milhões de litros exportados com faturamento de 20 milhões de francos suíços

– Estratégia comercial foi elaborada no Ministério das Relações Exteriores

– Viticultores suíços falam de concorrência desleal

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