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Viticultores pedem restrição à importação

O Lavaux é uma das regiões produtoras no Cantão de Vaud. Keystone

A política de importação de vinhos estrangeiros é liberal demais. A queixa é dos viticultores dos cinco cantões suíços, onde está concentrada a produção.

Eles afirmam que está havendo concorrência desleal e que as regras são muito mais liberais do que às normas estabelecidas pela OMC.

Os viticultores suíços afirmam que podem desaparecer se não forem mudadas as regras de importação de vinhos estrangeiros.

“Dumping” no mercado

Em carta endereçada ao ministro da Economia Joseph Deiss, os produtores dos cinco Cantões (estados) que concentram mais de 90% das vinhas suíças (Valais, Vaud, Neuchâtel, Genebra e Fribourg) criticam a política “liberal demais” do governo em matéria de importação.

Em 2001, o governo globalizou as cotas de importação de vinhos brancos e tintos. Depois disso, a importação de vinhos brancos a granel aumentou 52% e o preço caiu 46%. O preço por litro importado foi de 74 centavos de franco, em 2002. O consumo de brancos estrangeiros aumentou 8% e o brancos suíços caiu 10%.

“Nenhum país do mundo é capaz de produzir por esse preço”, afirma Pierre-Yves Felley, diretor da Federação Suíça de Viticultores. Ele tem certeza que está ocorrendo “dumping” dos exportadores.

A liberalização gradual do mercado de vinhos na Suíça foi justificada pelo governo devido os acordos da OMC, Organização Mundial do Comércio, argumento contestado pelos viticultores.

“As normas adotadas em Berna foram muito além dos acordos da OMC, provocando uma concorrência desleal”, afirma a senadora Jacqueline Maurer-Mayor, representante de um Cantão produtor.

Mais realista que o rei

Na carta endereçada ao ministro da Economia, os viticultores lembram que as normas da OMC permitir ter quatro cotas distintas, para o vinhos branco e tinto a granel e engarrafados. Afirmam ainda taxa de importação da OMC, para o branco engarrafado, pode chegar a 5,10 francos suíços enquanto o governo está cobrando 3 francos.

Os produtores pedem que o governo volte ao sistema de quatro cotas autorizado pela OMC para evitar o que qualificam de “catástrofe para viticultura suíça”.

Afirmam também que, se a situação atual perdurar, estarão ameaçadas as cerca de 11.500 pequenas empresas do setor na Suíça, que empregam 9 mil pessoas, a tempo integral.

swissinfo com agências

– Viticultores alegam que a liberalização foi muito além das regras da OMC.

– Importações de vinho branco cresceram 52% em dois anos e preços cairam 46%.

– Os cinco Cantões de produção pedem que Ministério da Economia retome as contas autorizadas pela OMC.

– Setor tem 11.500 pequenas e médias empresas e emprega 9 mil pessoas.

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