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Votações federais: um resultado apertado e outro folgado

A reforma fiscal das empresas ganhou por curta maioria. Keystone

O resultado era incerto até o fim. Finalmente, os suíços aprovaram a reforma fiscal das empresas. Os eleitores aceitaram a reforma por 50,5% dos votos.

Por outro lado, a iniciativa conta o ruído dos aviões militares nas regiões turísticas foi rejeitada. Todos os cantões e 68% da população votaram contra a proposta. A participação nas votações federais foi de quase 39%.

A reforma fiscal das empresas ficou bastante tempo indecisa. A decisão foi dos cantões de Berna e Zurique. Berna refutou e Zurique aprovou.

Finalmente, a reforma foi aprovada por curta maioria de 50,5% (menos de 20 mil votos em todo o país). Dos 26 cantões, 8 votaram contra a redução de impostos das empresas: Nechâtel, Vaud, Fribourg, Basiléia-Cidade, Basiléia-Campo, Jura, Berna e Soleure.

A votação refletiu a campanha que a opinião estava dividida, segundo as sondagens.

Um recurso ao Supremo (TF)

Para o governo e a direita, essa reforma permitiria estimular as pequenas e médias empresaas e aumentar a competividade através do incentivo aos investimentos.

Para a esquerda, a proposta era um prêmio aos mais ricos. Os adversários da reforma fiscal das empresas II recorreram inclusive ao Supremo Tribunal Federal (TF) porque consideram que a medida é contrária à Constituição. Acontece que o Supremo só se pronuncia sobre os recursos contra as leis cantonais. A eventual aceitação do recurso teria, no entanto, uma influência sobre a lei federal submetida ao referendo. Em todo caso, a decisão do TF deve ocorrer dentro de 6 a 12 meses.

Ecologista histórico perdeu

Os aviões FA-18 poderão continuar a voar de Sion ou de Meiringer (sudoeste). A iniciativa popular de Franz Weber “contra o ruído dos aviões militares nas regiões turísticas” foi rejeitada (69%) domingo. Todos os cantões votaram “não”.

O veredicto foi claro na maioria dos cantões da parte alemã, onde a rejeição ultrapassou 70%. A maior rejeição foi em Nidewald (80,5%).

Os cantões diretamente envolvidos pelos vôos foram mais sensíveis aos argumentos da proibição e também haviam recusado a aquisição dos aviões FA-18 em 1993.

O Valais, cantão turístico, rejeitou a iniciativa por 56,4%. A cidade de Sion, que tem um aerporto militar, votou a favor da inciativa, ocorrendo o mesmo em Montana, Nandaz, Saas-Fee e Veisonnaz, todas muito voltadas para o turismo.

Genebra rejeitou a iniciativa por 52,1%, Basiléia-Cidade por 57,3% e Basiléia-Campo por 66,6%. O cantão de Vaud recusou a iniciativa por 63,5%.

Combate continua

Franz Weber perdeu mas não foi abatido em sua iniciativa contra o ruído dos aviões militares. Ele garante que vai continuar o combate no plano regional, no cantão do Valais e no Oberland, região turística do cantão de Berna, e forçar o exército “a cumprir suas promessas”.

“Não vamos abandonar essas regiões à aviação militar”, adverte. “Tenho o hábito de transformar derrotas em vitórias”, afirmou o ecologista.

Franz Weber atribuiu a derrota de sua iniciativa à “campanha mentirosa” de seus adversários. “Eles falsificaram a mensagem, afirmando que queríamos acabar com o exército quando queríamos apenas limitar o ruído”, explicou.

“O papel do exército é de defender o país e não de mentir”, concluiu Weber.

swissinfo com agências

Eram a favor do projeto: o Conselho Federal (governo), a maioria do Parlamento e os partidos UDC, PDC e PDC (todos de direita).

Eram contra o projeto: O Partido Verde (PV) e o Partido Socialista (PS).

Como tratava-se uma modificação da lei federal, submetida ao referendo facultativo, só era necessária a maioria do povo.

Os ecologistas (Verdes) e o Partido Socialista (PS) eram a favor.

Eram contra: o governo federal (Conselho Federal), a maioria do Parlamento e os os partidos UDC, PRD, PDC (todos de direita).

Como tratava-se de uma iniciativa popular, o projeto exigia a dupla maioria, do povo e dos cantões.

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