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Wenger lança canivete de 85 ferramentas

O canivete gigante tem 85 funções e custa até 1.200 francos. Wenger

O novo canivete da marca Wenger pesa aproximadamente 1,3 quilos e oferece 85 diferentes instrumentos. Ele já está no catálogo de 2007 do tradicional fabricante suíço.

Apesar do preço elevado de quase mil dólares e da pouca praticabilidade, colecionadores no mundo inteiro já disputam para comprar o canivete gigante.

O mais novo canivete suíço da marca Wenger oferece um conjunto completo de ferramentas. Muito mais do que atender o desejo dos consumidores, o principal objetivo do tradicional fabricante é reforçar a marca Wenger, empresa de Delémont, vilarejo localizado na parte francófona da Suíça.

“Queríamos mostrar que um canivete suíço é capaz de oferecer todas as ferramentas de uma vez só. Essa é um produto único no mundo”, declara Peter Hug, chefe-executivo da empresa.

“Obviamente o canivete precisa ser funcional e também ter a qualidade Wenger. Mas nesse caso acho que realmente exageramos”, brinca.

A idéia de fabricar esse gigante dos canivetes surgiu quando a companhia estava se preparando para participar da mais importante feira anual de relógios e jóias na Basiléia, a Baselworld.

Surpresa

“Como nossa empresa também produz relógios, estávamos procurando uma surpresa para que as pessoas imediatamente reconhecessem a marca Wenger como a marca dos legítimos canivetes do exército suíço”, lembra o diretor-executivo.

A idéia original era apenas colocar mais instrumentos num canivete do que o normal. Mas logo nasceu a idéia de colocar todos eles num só produto.

Depois de dez semanas de desenvolvimento, a companhia encontrou uma solução para desenvolver o primeiro protótipo. Logo após o gigante dos canivetes saiu das pranchetas dos projetistas.

“Obviamente ele é apenas um produto de mostruário. Algo que sai do formato tradicional dos verdadeiros canivetes suíços. Eu costumo dizer que esse foi um truque para vendermos mais mochilas, pois o comprador precisa de uma para carregar esse canivete especial”, conta Hug.

Michel Champion é um funcionário ocupado na fábrica da Wenger. Ele é o encarregado da montagem do canivete gigante, que precisa ser montado manualmente. Ainda não existem máquinas capazes de fabricá-lo de forma automática. Champion sabe exatamente onde cada uma das ferramentas precisa ser encaixada.

No início ele conseguia fabricar dois exemplares por dia. Mas ao ganhar experiência, já consegue tirar dez da linha de produção.

Peça única

Na Suíça, o novo canivete custa entre 1.100 e 1.200 francos suíços (aproximadamente US$ 910).

“Depois de fixar o preço do produto, devemos receber os pedidos dos distribuidores. Quando tivermos um número razoável de pedidos, podemos começar a produzir o canivete gigante à base de 20 ou 30 peças diárias”, explica Hug.

Apesar do preço e tamanho, o canivete já está tendo uma boa recepção no mercado.

“Suas vendas estão indo muito bem, inclusive melhor do que esperávamos. O melhor é o espaço que estamos ocupando na mídia. Se chegarmos a vender algumas centenas desse modelo por ano, iremos ultrapassar todas as nossas expectativas”.

A combalida Wenger foi comprada em abril de 2006 pelo seu maior concorrente, o também suíça Victorinox. O negócio foi muito aplaudido no país dos Alpes por ter mantido a tradicional empresa em “mãos” suíças e assegurado seu futuro.

Hug explica que os problemas financeiros da empresa foram solucionados com a sua fusão. Para os funcionários e a direção, a venda também trouxe um “grande alívio”.

Concentração na marca

“Agora estamos concentrando na nossa marca, nos produtos e na clientela. Temos de lutar para sobreviver e voltar a dar lucro”.

Como revela o diretor-executivo, o principal foco da Wenger está em soluções de mecânica de precisão. “Somos a marca de canivetes de mecânica fina. Um exemplo está no nosso produto com cortador de unha”, brinca. Hug está orgulhoso por tudo que a Wenger conseguiu alcançar nesses últimos tempos.

“Veja nossos resultados. Pela primeira vez desde 2001, desde o ataque de 11 de setembro, a Wenger está vendendo mais canivetes do que no ano anterior. Essa é verdadeiramente uma situação de turnaround”.

swissinfo, Robert Brookes

Fundada em 1893, a companhia Wenger produz 20 mil canivetes por dia.
Ela também produz quatro mil facas especializadas (cozinheiros e açougueiros, dentre outras).
A companhia foi batizada com o nome de Theo Wenger, o empresário que comprou-a em 1907.
A partir de 1988 ela começou a produzir relógios.
O outro fabricante oficial de canivetes suíços é a Victorinox, empresa baseada em Ibach, no cantão de Schwyz.

O canivete gigante contem 85 ferramentas e é produzido pela companhia Wenger. O produto pode ser utilizado em cem diferentes funções (algumas ferramentas são polivalentes) e é considerado o maior canivete já fabricado no mundo.

Dentre os instrumentos oferecidos estão um cortador de charutos, indicador à laser, um limpador de bolas de golfe e também uma bússola.

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