Mobilização hesitante contra a fome na Africa
A fome já atingiria 16 milhões de pessoas no nordeste da África, principalmente na Etiópia. A situação pode piorar repetindo-se o drama de 1984-85. Na Suíça considera-se grave a situação, mas ninguém quer se lançar de olhos fechados numa campanha...
Há 15 anos, a mobilização internacional contra a fome que atingiu a Etiópia e o Chifre da África foi muito lenta. A Suíça tirou lição do ocorrido em 1985, encarregando pessoas de informar sobre a situação alimentar na região.
Nos últimos dias, imagens semelhantes às do passado começaram a aparecer nas telas de tv européias. Segundo a ONU há 16 milhões de pessoas ameaçadas de morrer à míngua. O UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância, estima em 900 mil toneladas a quantidade de alimentos necessários para alimentar os famintos da Etiópia.
A FAO, Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura já alertara para a situação em janeiro. O PAM, Programa Alimentar Mundial, conseguiu reunir apenas 10 por cento das 820 mil toneladas de víveres que solicitara aos doadores. A União Européia embarga ajuda por causa da guerra entre Etiópia e Eritréia.
Organizações suíças de ajuda mostram-se prudentes e mesmo hesitantes em ajudar. Além da guerra, constatam a insegurança dos transportes por terra e as dificuldades de meios e de acesso a certas zonas atingidas. No momento procuram informar-se sobre o que se precisa fazer e como fazer. Atitude semelhante é observada pela divisão do governo que se ocupa de cooperação (DDC), estimando que para ser eficaz a ajuda deve ser multilateral.
Em Genebra, a Rede da Felicidade, braço humanitário da Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão, que arrecada fundos para as principais organizações suíças de ajuda, só vai dizer terça-feira se lança campanha nacional pelas vítimas da seca no nordeste africano.
O problema é que enquanto isso muita gente, em particular crianças, continuam morrendo de fome.
swissinfo com agências.
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