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Políticos contra privatização da Swisscom

Um dos deputados que defendem a privatização pede que "libertem" a Swisscom da sua gaiola. Keystone

A Câmara dos Deputados suíça recusou hoje o plano de privatização da empresa estatal Swisscom apresentado pelo governo federal.

Por 99 votos contra 90, a maioria dos deputados defende a idéia que a privatização coloca em risco as necessidades básicas de telecomunicações da população.

O debate inflamado durou quatro horas e quarenta e cinco minutos e só depois os defensores do “não” começaram a se sentir vitoriosos. Depois da votação, o sistema eletrônico terminou revelando o resultado: 99 votos contra 90.

Praticamente todos os partidos de esquerda e alguns parlamentares das forças de centros se mostraram contrários à venda da participação de 62,45% do Estado nas ações da gigante de telecomunicações suíça Swisscom. A direita defendeu com veemência o fim do monopólio estatal no setor.

Necessidades básicas

O argumento mais forte dos parlamentares que combatem à privatização é o perigo de colocar em risco o atendimento das necessidades básicas da população. Na opinião desses grupos, apenas uma Swisscom estatal garante o serviço público também nas regiões mais afastadas e pouco interessantes do ponto de vista econômico. Investidores privados estariam apenas interessados no lucro rápido e não teriam interesse de colocar capital numa empresa tão sólida como a Swisscom.

Os defensores da privatização – formados não apenas por partidos da direita e centro, mas também pelo próprio governo federal, que apresentou o projeto de privatização – têm argumentos empresariais. O mais veemente discurso veio do ministro das Finanças, Hans-Rudolf Merz, que considera a privatização o melhor caminho para a Swisscom e para o próprio país. As necessidades básicas da população seriam asseguradas por leis a serem criadas.

O plano do governo federal seria vender sua cota de ações da Swisscom, avaliadas atualmente em 16 bilhões de francos, e utilizar o dinheiro no pagamento da divida pública.

Plebiscito

O “não” decidido na Câmara dos Deputados não significa que o projeto da privatização está morto. Na próxima sessão de verão, o Senado Federal irá colocar o tema em votação. Porém as declarações já feitas por alguns parlamentares à imprensa mostram que o debate também será muito polêmico e provavelmente com resultados não muito positivos para o governo federal.

Alguns dos partidos já anunciam que irão colocar a privatização da Swisscom em votação popular. As últimas pesquisas de opinião mostram que esta teria poucas chances de apoio na população.

swissinfo com agências

Lucro da Swisscom desce 12% no trimestre

Os resultados líquidos da Swisscom recuaram 12% no primeiro trimestre do ano, para os 460 milhões de francos suíços (295 milhões de euros), anunciou esta quarta-feira a maior operadora de telecomunicações suíça.

Em comunicado, a companhia explica que os lucros foram afectados pela descida dos preços na telefonia fixa e móvel, depois da redução nas tarifas em Junho do ano passado para fazer face à concorrência da Orange, participada da France Telecom.

No período em análise, as vendas desceram 2,9%, para os 2,38 mil milhões de francos suíços (1,5 mil milhões de euros).

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