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“A arma de fogo que fere mas não mata”

À primeira vista, ela parece uma enorme garrucha antiga, sem cabo. swissinfo.ch

Médico português apresenta no Salão das Invenções em Genebra um novo conceito de arma de fogo, batizada Begane.

Trata-se de uma arma de defesa, de curto alcance e à prova de criança.

Fernando Jorge Lopes – médico homeopata, 39 anos, de Almada, ao lado de Lisboa – está muito cioso de seu invento para o qual vê boas perspectivas de comercialização.

O novo conceito de arma de fogo é “de tal maneira inovador que houve necessidade de criar um substantivo para designá-lo”, diz. Quando procurava um nome para a invenção, um amigo americano exclamou ao ver a arma: “Big gun” (grande arma, literalmente), daí tê-la batizado com o nome de Begane.

À primeira vista, ela parece uma enorme garrucha antiga, sem cabo. Mas uma observação mais atenta revela que a arma tem 4 canos e um sistema de alvo em raio laser que projeta a imagem de uma caveira no objetivo visado.

Meio de defesa, não de ataque

O cartucho é cheio de chumbo de pequeno calibre. Quer dizer então que onde eles tocam, fazem algum estrago. Mas, segundo o inventor, “mandam abaixo, mas não matam”, a não ser, talvez, à queima-roupa, admite.

Apresentada como “resistente a crianças e acidentes” – podendo estar sempre carregada, à vista e pronta para o uso – a arma foi concebida com a intenção de “salvar vidas”, no âmbito de um “sistema civil de defesa doméstica não letal”. Ferindo, mas não matando, previne remorsos e problemas legais, observa.

Mesmo acidentes entre adultos seriam reduzidos “em pelo menos 50%”, já pelo fato de não ter gatilho nem martelo percussor e porque estando trancada, não dispara em caso de choque ou queda.

O exemplo norte-americano

Fernando Jorge Lopes lembra que desde a invenção da metralhadora, por Richard Jordan Gatling, em 1862, durante a Guerra de Secessão, nos Estados Unidos, não existia um novo conceito de arma de fogo.

Até agora, diz, foram aperfeiçoados todos os tipos e modelos de armas leves. Aumentaram também os acidentes e as medidas para evitá-los, mas os acidentes continuam diariamente.

Ele cita, como exemplo, as estatísticas oficiais dos Estados Unidos, onde desde 1930 a população duplicou, mas os proprietários de armas de fogo quadruplicaram.

Em 2001, no país, de 8 em 8 horas morreram crianças ou adolescentes em acidentes relacionados com armas de fogo.

Quatro anos antes, pelo mesmo motivo, 180 crianças perderam a vida.

sissinfo, J.Gabriel Barbosa, de Genebra.

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