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64 parabólicas para sondar o infinito

Futuras antes do radiotelescópio (imagens de síntese ESO). RTS

Para melhor desvendar os mistérios do universo, europeus e americanos vão construir, no Chile, o maior radiotelescópio do mundo.

O projeto foi apresentado quarta-feira, em Berna, e interessa a empresas e cientistas suíços. O governo vai ajudar a financiá-lo.

Desde 1963, os desertos andinos do norte do Chile tornaram-se um centro importante da astronomia mundial.

O primeiro telescópio foi instalado em La Silla, a 2.400 metros de altitude, pela ESO (sigla em inglês do Observatório Europeu Astral). Os estadunidenses construir outro, em 1964, um pouco mais ao sul.

Captar a energia invisível

Esses dois telescópios continuam em atividades mas parecem nanicos minúsculos perto das últimas instalações do ESO, o chamado VLT (muito grande telescópio).

Instalado a 2.635 metros de altitude, 600 kms ao norte de La Silla, ele compreende 4 telescópios, cada um com espelhos de 8 ms de diâmetro, os maiores do planeta. São maiores inclusive ao do Huble, o telescópio espacial da NASA.

Esses instrumentos estão instalados no Chile porque o céu é excepcialment claro e sem poluições luminosas que perturbem as observações.

Mas ainda falta aos astronautas instrumentos para captar e analisar os raios que o olhos não percebem. Os astros celestes emitem luz mas também uma série de ondas como os raio “x”, os infravervelhos e as ondas de rádio.

Sabe-se que boa parte da energia que circula no universo é invisível, daí o projeto de instalar no Chile um grande radiotelescópio, o maior do mundo.

Projeto conjunto

Desta vez, americanos e europeus vão trabalhar juntos e já foi escolhido o planalto de Chajnantor, no deserto de Atacama) para construir a nova estação de observação.

Serão 64 antenas parabólicas móveis de 12 metros de diâmetro e 125 toneladas cada uma. Juntas, elas serão capazes de captar raios com ondas inferiores a um milímetro.

O projeto denominado Grande Interferômetro milimétrico de Atacama (ALMA, em inglês), apresentado quarta-feira, em Berna, suscita o interesse de cientistas e industriais suíços.

Ele deverá ajudar a desvendar os mistérios do universo e prevê-se que poderá chegar, no tempo e no espaço, às galáxias de apenas 1 bilhão de anos depois do Big Bang, a explosão inicial que criou o universo.

Interesse científico e industrial

Os astros mais pertos como estrelas e planetas também poderão ser melhor conhecidos com os novos instrumentos.

Empresas suíças poderão fornecer peças para o sistema de orientação das antenas e construir os receptores que captarão as ondas do cosmos.

O ALMA deverá funcionar em 2011 e custar 1 bilhão de francos suíços (US 700 milhões). O governo suíço vai entrar com 20 milhões de francos.

Os astrônomos suíços terão acesso a todos os dados coletados pelo ALMA e poderão propor suas próprias experiências.

swissinfo, Marc-André Miserez

– Desde os anos 60, Europa e EUA têm telescópios nos Andes chilenos.

– Os 4 maiores telescópios do mundo (VLT) estão instalados em La Silla, no Chile, a 2.635 ms de altitude.

– Os andes chilenos têm um céu excepcionalment claro, sem poluição luminosa.

– O radiotelescópio ALMA também será o maior do mundo e será capaz de captar raios de menos de 1 milímetro.

– O projeto está orçado em 1 bilhão de francos suíços (US 700 milhões) e deve funcionar em 2011. A Suíça vai contribuir com 20 milhões de francos.

– Astrônomos suíços terão acesso às informações e poderão propor experiências.

– Empresas suíças poderão fornecer equipamentos.

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