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Você entraria em um carro que dirige sozinho?

Um Google Car, um dos muitos veículos autônomos a serem testados atualmente. Keystone

Até 2040, quase um em cada cinco carros na Suíça deve ser totalmente automatizado. Quem estiver a bordo poderá fechar os olhos e (em teoria) relaxar.

Mas a atitude em relação à mobilidade, em particular com a partilha de automóveis, terá que mudar para evitar um aumento da demanda por recursos energéticos e o meio ambiente.

Segundo um relatório da Secretaria Federal de Estradas e Rodagem da Suíça, “os veículos automatizados tornarão o tráfego rodoviário mais seguro, mais fluido e resultarão em um melhor uso da frota de carros disponível”.

“Além disso, os veículos autônomos aumentarão o acesso à mobilidade para novos grupos de usuários, como idosos, crianças e pessoas com deficiência. A partilha de automóveis também se tornará mais atraente.”

Como mostra o gráfico, enquanto em 2015 os seres humanos tinham controle total em mais de quatro dos cinco veículos na Suíça, os sistemas digitais já estão assumindo cada vez mais o volante. Em 2040, apenas um em dez motoristas terá que manter seus olhos na estrada.

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O relatório reconhece, no entanto, que “devido às novas e diversas possibilidades”, o nível geral da mobilidade aumentará, e se a prioridade for dada à conveniência e a proporcionar mais opções para os indivíduos, a situação pode piorar, “diminuindo a eficiência energética, aumentando o consumo de energia e o impacto sobre o meio ambiente”.

Isso poderia ser evitado, explicou, se as novas possibilidades forem combinadas de maneira inteligente com outros aspectos do mundo digital e se as pessoas aceitarem dividir mais seus de carros.

A secretaria federal acrescentou que os efeitos sobre quase todos os setores do mercado de trabalho também seriam consideráveis, em particular os motoristas de camiões, ônibus e táxis.

Os 3500 instrutores de autoescolas da Suíça também estão preocupados, e as seguradoras – e os advogados – terão mais trabalho para determinar quem é responsável em caso de acidente: o proprietário/passageiro, a empresa de software ou o fabricante de automóveis?

Prós e contras

Um estudo publicado no ano passado pelo Boston Consulting Group, em associação com o World Economic Forum, com sede na Suíça, questionou mais de 5500 pessoas em dez países sobre o que achavam dos carros autônomos.

No total, 58% disseram que dariam uma volta em um carro totalmente automatizado e 69% disseram que entrariam em um carro parcialmente automatizado.

As principais razões apontadas para o uso de tal veículo foram “me levar até um lugar, encontra uma vaga de estacionamento e estacionar sozinho” (43%) e “me permite fazer várias tarefas e ser produtivo enquanto viajo” (40%).

As duas principais preocupações foram “não me sinto seguro se o carro está dirigindo sozinho” (50%) e “quero estar no controle em todos os momentos” (45%).

O que você acha? Você entraria em um carro que dirige sozinho? Dê sua opinião nos comentários abaixo!


Adaptação: Fernando Hirschy

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