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Suíça precisa proteger mais os lobos

O lobo continua a ser protegido na Suíça apesar da vontade de muitos de caçá-lo. Keystone

A comissão permanente da Convenção de Berna, um acordo europeu para proteção da vida selvagem, recusou no fim de novembro o pedido da Suíça de relaxar a proteção dos lobos.

Não apenas o governo helvético, mas também caçadores e criadores de animais esperavam obter a autorização para eliminar alguns dos animais considerados perigosos.

Lobos continuam sendo animais que gozam de “extrema” proteção na Suíça. O país, como um dos signatários da Convenção de Berna, acordo europeu para proteção de animais e plantas selvagens na Europa assim como do seu meio natural assinado por 44 países, acaba de receber um veto por parte da comissão permanente da convenção, em Strassburg.

Como explica o Departamento Federal do Meio Ambiente, a comissão justificou sua decisão lembrando o artigo de exceção 9 da Convenção. Ela daria margem de manobra suficiente para resolver os problemas causados pela presença de lobos em áreas habitadas por seres humanos.

Pressão sobre o Parlamento

O pedido havia sido feito pelo governo suíço motivado pelo Parlamento helvético. Um dos seus deputados havia entregado uma petição pedindo que a Suíça contornasse a lei. O Senado queria apenas mais flexibilidade na sua interpretação, no intuito de ajudar as populações atingidas.

Apesar da vontade política, organizações ambientais como a Pro Natura e a WWF criticaram a vontade oficial de diminuir a proteção dada aos lobos. Elas elogiaram o veto da comissão da Convenção de Berna e pedem mais empenho do governo suíço na proteção de animais em perigo de extinção.

Convenção dos anos 70

A Convenção de Berna foi assinada em 1979 na prefeitura da capital suíça. Seu principal objetivo é preservar a vida selvagem de plantas e animais na Europa no seu habitat natural.

Nos anos setenta o lobo havia sido extinto em muitos países. Por essa razão, os países signatários do acordo decidiram colocar a espécie sob proteção especial. Atualmente o animal voltou a viver em 27 dos países.

O recente pedido do governo suíço era de modificar o status de proteção dos lobos para colocá-los na mesma situação das raposas. Com a medida, seria possível concretamente combater o animal em situações de ataques permanentes.

Exceções já existem

Já hoje o artigo de exceção 9 da Convenção de Berna permite o abate de lobos. Ela é dada apenas no caso de não existir outra possibilidade de evitar prejuízos sérios contra gado ou outros animais domésticos. A autorização não permite, porém, o abate caso a população dos lobos esteja em risco de ser dizimada.

Nos últimos anos as autoridades suíças observaram o retorno dos lobos ao país. Como na França e na Itália já existem alcatéias, elas partem do princípio que o mesmo também pode ocorrer na Suíça. O fato trazer modificações para o atual programa de lobos, onde animais do gênero masculinos ainda são importados para permitir a sobrevivência da espécie.

swissinfo com agências

O Acordo europeu para proteção de animais e plantas selvagens na Europa assim como do seu meio natural foi assinado em 1979, em Berna.

O acordo protege 600 espécies vegetais, assim como 111 mamíferos, 363 pássaros, assim como outros animais.

Ele coloca em prática nas regiões os objetivos que foram também fixados na Convenção da Biodiversidade de 1992.

A política suíça em relação aos lobos está baseada em três colunas:

– Apoio aos criadores para a proteção do gado e outros animais domésticos.

– Indenização em caso de ataque aos animais domésticos.

– Autorização de abate nos casos de ataques graves por parte de lobos.

O Departamento Federal do Meio Ambiente e os cantão suíços envolvidos na questão criaram o programa “Conceito Lobo”, que está em funcionamento desde 21 de julho de 2004.

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