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Árvore de Natal ecológica conquista espaço

Um milhão de abetos enfeitam as casas suíças no Natal. Keystone

A demanda de abetos (pinheiros nórdicos) cultivados ecologicamente aumentou nos últimos anos e chega a 15% das árvores de Natal que enfeitam os lares suíços em 2008.

Para garantir um cultivo com respeito ao meio ambiente, isto é, sem pesticidas ou corantes, o abetos “verdes” devem ter o selo do Conselho de Manejo Florestal (FSC).

Conta uma lenda européia que, durante uma noite fria de inverno, um menino se perdeu num bosque. Intumescido pelo frio e assustado, deparou-se com a cabana de um velho lenhador.

O ancião e sua família o acolheram generosamente, o alimentaram e lhe ofereceram um leito simples para repousar enquanto procuravam sua família. Durante a noite, o menino transformou-se em um anjo dourado. Era o filho de Deus.

E, em gratidão ao lenhador e pelos cuidados recebidos, ele pegou um ramo de abeto, pediu que o plantassem e antecipou que, a cada ano, ele lhes daria belos presentes. Aquele pinheiro passou a oferecer frutos de ouro e prata à família a cada Natal.

Um milhão de árvores

Muito além da lenda, a Europa é um dos principais mercados da indústria da árvore de Natal, com uma demanda de 85 milhões de unidades em 2008.

Na Suíça, são comprados cerca de um milhão de pinheiros, a preços que oscilam entre 55 e 80 francos (entre 50 e 73 dólares). Deste total, cerca de 400 mil são produzidos no país, 600 mil são importados, segundo estimativa do Instituto Federal de Pesquisas Florestais (IFPF).

O diretor do IFPF, Anton Burkart, conta que buscar o pinheiro de Natal diretamente no bosque tornou-se uma tradição para muitas famílias. Especialmente porque isso envolve todo um ritual, incluindo o corte da árvore e uma refeição quente no local.

Segundo estimativas da Secretaria Federal de Meio Ambiente, apenas 15% das árvores que enfeitam as casas, escolas, igrejas, praças, lojas ou escritórios na época do Natal são ecológicas

Aposta ecológica

Pelo menos 150 pinheiros têm o selo do Conselho Internacional de Manejo Florestal (FSC), um número ainda baixo, mas representativo de um mercado que cresce a passos largos.

Dois dados ilustram a evolução do setor: segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), em 2002, foram comercializados 20 mil pinheiros ecológicos na Suíça. Atualmente, são sete vezes mais.

O WWF faz uma campanha pela compra de pinheiros de Natal nacionais e certificados com o selo FSC. Primeiro, porque seus produtores respeitam uma série de critérios ambientais.

Segundo, porque consumir abetos “da casa” contribui para reduzir as emissões decorrentes do transporte das árvores, especialmente da Dinamarca (a distância entre Berna e Copenhague, por exemplo, é de 1232 km).

A Secretaria Federal de Meio Ambiente explica ainda que os pinheiros com selo FSC se diferenciam dos demais porque são cultivados sem uso de pesticidas e são cortados no momento da comercialização.

Para evitar que ervas daninhas cresçam entre eles, os plantadores usam ovelhas da raça shropshire, acostumadas a pastar a erva sem danificar os ramos das árvores.

O abeto FSC oferece a garantia adicional de não ter sido saturado durante seu crescimento com corantes artificiais (para intensificar a cor de sua folhagem).

Na Suíça são comercializadas essencialmente três variedades de árvores de Natal: abeto vermelho, branco e Nordmann. Os brancos e os Nordmann são os que duram mais tempo no interior.

swissinfo, Andrea Ornelas

O FSC, outorgado desde 1993, é o selo verde mais reconhecido em todo o mundo, com presença em mais de 75 países e todos os continentes. Atualmente, os negócios com produtos certificados geram faturamento da ordem de 5 bilhões de dólares por ano em todo o globo. A sigla FSC vem de Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal, em português.

Na Suíça, um pinheiro com selo FSC é aquele que não foi submetido a podas sistemáticas, que cresceu entre 8 e 10 anos sem ser cortado e não usou pesticidas para seu crescimento.

Mais de 300 mil hectares de bosques helvéticos estão certificados pelo FSC.

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