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Alguns tropeços da aventura

Nem tudo é um mar de rosas na aproximação entre Friburgo e Nova Friburgo. Um exemplo: o futuro da Queijaria-Escola é considerado “preocupante”.

Como a aventura nasceu de um gesto de espontaneidade, dá-se o desconto…

Os habitantes de Nova Friburgo são uns felizardos. Receber assim como receberam – por assim dizer, numa bandeja – a Queijaria- Escola, um museu da colonização (a Casa Suíça), escolas e ajudas sociais de vários tipos, é algo extraordinário.

Tudo aconteceu num arroubo de generosidade, num gesto espontâneo, resultado de uma vontade de fazer alguma coisa por esses descendentes de suíços (que representam boa parte da população nova-friburguense). Todos não são tão pobres, mas em comparação com os suíços, se encontram, geralmente, em situação financeira menos favorável.

Local inadequado

Os projetos custaram centenas de milhares de francos. E em função mesmo do rasgo de generosidade, não havia margem para preocupação em saber como o dinheiro seria aplicado da maneira mais adequada. Afinal, como diz, um dos principais parceiros nessa aventura – “ninguém era especialista em desenvolvimento”.

Talvez justamente por isso, ao que parece, deslizes parecem ter sido cometidos e ao continuariam sendo cometidos. Isso já começou com a localização da Queijaria-Escola. Se fosse uma localização coerente, ela estaria instalada numa zona leiteira, ou seja, em região oposta à atual em que se encontra.

Mas, desde o início, o poder político local pelo menos em parte canalizou os projetos, sem verdadeiro debate público, sem uma análise profunda da situação. Nesse contexto, interesses individuais podem prevalecer.

Vale reconhecer, porém, que a Queijaria começou bem, apresentou uma produção interessante e válida. Nos últimos anos, no entanto, registrou déficits – “problemas financeiros que preocupam”, como diz uma fonte.

Administração falha

Por que ela não tem dado muito certo? Só uma apuração minuciosa pode revelar a verdade. Pessoas que conhecem de perto o problema suspeitam de marketing deficiente, desconfiando haver gente na cúpula que – mesmo não se aproveitando da situação – se interessariam pouco pelo desempenho da entidade.

A Queijaria depende de um Instituto. Mas quem teria possibilidade de pegar as rédeas e mudar o que precisasse mudar?

Foram necessárias algumas cartas anônimas – aparentemente de gente desinteressada – para que as coisas começassem a se endireitar. Resta que, no momento, fica no ar a pergunta: que futuro tem a Queijaria-Escola da Nova Friburgo?

Um observador atento à evolução do projeto, acha haver saídas. É uma questão de vontade: “Constato, afirma, que as pessoas ficaram idosas e centralizadoras. Creio que ambas as associações poderiam se renovar tentando atrair jovens para ativar e dinamizar mais os projetos de cunho social, educativo e empresarial”.

O vento parece soprar nessa direção: na Associação Fribourg-Nova Friburgo já se apostaria na renovação dos “quadros”…

swissinfo, J.Gabriel Barbosa

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