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Aquecimento global: é preciso agir com urgência

Em Bangcoc, a poluição obriga seguranças a usar máscara. Keystone

Para evitar as piores conseqüências do aquecimento global, o volume de emissões de gases que provocam o efeito estufa deve ser estabilizado o mais tardar até 2015 e depois reduzido drasticamente.

Essa é a conclusão da terceira parte do relatório do CIEC, grupo de especialistas das Nações Unidas, publicado sexta-feira (04) em Bangcoc, Tailândia. Para os cientistas, o custo das medidas a serem tomadas não é excessivo.

No quinto dia da conferência, os cerca de 400 representantres de 120 países no grupo de expecialistas intergovernamentais sobre as mudanças climáticas (GIEC) aprovaram um texto “destinado às pessoas que decidem”.

O documento de 20 páginas é uma síntese consensual da terceira parte do relatório elaborado por expecialistas do mundo inteiro, contendo “*medidas atenuantes”.

A mensagem é clara: as emissões de gases que provocam o efeito estufa devem chegar ao ponto máximo em 2015 e depois diminuirem. Essa é uma condição indispensável para conter a alta da temperatuura média entre 2 e 2,4°C em todo o planeta.

Inquietação

«Quanto mais baixo for o nível de estabilização, mais rápido deverá começar a redução das emissões”, precisa o texto do GIEC. Do contrário, como previsto na primeira parte do relatório, a alta das temperaturas poderá chegar, no pior dos casos, a 6,4°C até 2.100.

Na coletiva à imprensa de sexta-feira (04/05), os responsáveis do GIEC mostraram-se inquietos. “Se continuarmos como agora, teremos sérios problemas”, advertiu Ogunlade Davidson, vice-presidente do encontro que começou segunda-feira em Bangcoc.

Um preço abordável

Durante os quatro dias de negociações, a questão dos custos das medidas a serem tomdas para conter o efeito estufa provocaram divisões entre os países representados. “Certos países vêem uma ameaça iminente e outros uma oportunidade”, explicou um dos participantes.

Conforme vários cenários apresentados no resumo do relatório, as medidas custariam entre 0,2 e 3% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, até 2030, para estabilizar as emissões de gases que provocam o efeito estufa.

Para Marc Gillet, chefe da delegação francesa, “os custos da redução são perfeitamente abordáveis, mas será preciso criatividade para vencer os obstáculos à aplicação desses medidas”.

A China freia

Mesmo se as medidas são abordáveis para os países mais ricos, os custos são altos para os outros. A China, por exemplo, tentou limitar as recomendações.

Os países em desenvolvimento lembram a responsabilidade histórica das nações industrializadas nas emissões mundiais de CO2 e do nuclear, o que provocou longas discussões.

“Há países que se opões claramente e não gostam de ouvir que o nuclear é uma das opções para lutar contra o aquecimento global”, afirma Renaud Crassous, membro da delegação francesa. Ele reconhece que, “para chegar a um consenso, às vezes é preciso encontrar formulações mais vagas”.

swissinfo com agências

A conferência de Bangcoc completou os dois primeiros capítulos do 4° relatório do GIEC, publicado dia 02 de fevereiro em Paris, sobre a dimensão do aquecimento global, e de 06 de abril, em Bruxelas, sobre as conseqüências inquietantes desse fenômeno.

O GIEC já publicou três relatõrios em 1990, 1995 e 2001, confirmando o papel da atividade humana no aquecimento climático no século XX.

Pela primeira vez de suas história, o Conselho de Segurança da ONU debateu, no mês passado, o aquecimento global. Será também o tema central da próxima reunião do G8 – grupo dos países mais industrializados – em junho, na Alemanha.

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