Autópsia questiona prática policial
Justiça suíça investiga morte de um requerente de asilo, por asfixia, ao ser algemado para ser expulso à força. É o segundo incidente do gênero em dois anos e os responsáveis devem ser levados ao tribunal.
O incidente ocorreu em 1° de maio em Granges, estado do Valais, sudoeste. A vítima é um nigeriano de 27 anos, Samson Chukwu. Seu pedido de asilo foi rejeitado e em conseqüência ele devia ser expulso, devendo sair do país de boa vontade ou à força.
Negada a concessão de asilo, o nigeriano ficou preso 6 meses. Quando a polícia chegou para levá-lo ao aeroporto, resistiu com vigor. Os policiais aplicaram método corrente: o derrubaram, de costas para cima e passaram as algemas… Mas o nigeriano não levantou mais.
Autópsia confirma suspeita
A hipótese de morte súbita, avançada na época pela imprensa (e negada pelas autoridades que a atribuíram a ataque cardíaco) foi agora confirmada em autópsia, indicando que a morte “pode ser atribuída a uma asfixia” resultante da posição imposta à vítima que sofreu também pressão do peso de um policial que ajudava a algemar o nigeriano. O fato de o detido ter lutado antes contra a expulsão só serviu para agravar a situação …
Segundo representante de Anistia Internacional (Neyris Lee), “uma coisa é clara, o método utilizado é extremamente perigoso”.
O juiz suíço encarregado de instruir o caso (Jacques de Lavallaz), é menos categórico: “Todas as polícias do mundo utilizam essa posição. Que eu saiba, é a primeira vez que o método dá problema”.
Cabe agora à justiça elucidar o caso e eventualmente punir os responsáveis.
O caso tem precedentes
Antes de Samson Chukwu, outros requerentes de asilo já foram mortos quando da espulsão. O caso mais conhecido foi a de um palestino, em 1999. Ele também morreu sufocado. Pela mordaça que colocaram na boca…
O médico implicado no incidente foi condenado no início de julho por tribunal de Zurique.
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