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Caos turco enfrenta tanque alemão

Os alemães no papel de favoritos Keystone

O passado não ganha jogo, mas em 17 partidas entre as duas seleções, a Alemanha ganhou 11 vezes e tem três títulos europeus: 1972, 1980 e 1996.

A Turquia mostrou uma incrível força moral até agora na Eurocopa 2008, mas entra em campo hoje debilitada por ter vários jogadores suspensos e contundidos.

A partida entre a Alemanha e a Turquia nesta quarta-feira pelas semifinais da Euro, na Basiléia, é o confronto entre uma equipe disciplinada que aposta no futebol-força e outra que tem o caos como tática.

Três vezes a Turquia esteve morta nesta Eurocopa, mas continua viva. Ninguém sabe como. Apesar de atuar de forma aparentemente caótica em campo, sem um sistema de jogo claramente reconhecível, vence porque tem um moral mais forte do que os efeitos negativos de seus erros.

Essa fé da seleção turca em si mesma está estampada até no ônibus que a leva ao estádio St-Jakob Park: “Será que a paixão da Turquia caberia nesse ônibus?” Sua adversária nesta quarta-feira não deixa por menos: “Alemanha – um time – um destino.”

O destino almejado pela Alemanha é a final em Viena. A Federação Alemã de Futebol investiu 20 milhões de euros no “Projeto Euro 2008”. A meta é clara: o título. O favoritismo dos alemães também.

Alemanha ganha

“O futebol é um jogo simples – você joga 120 minutos e então a Alemanha ganha nos pênaltis”. A frase do ex-jogador inglês Gary Lineker poderá ser verdadeira mais uma vez nessa Eurocopa.

A “mannschaft” é a principal favorita a suceder os gregos, campeões europeus em Portugal, em 2004. Com três títulos de campeã da Europa (1972, 1980 e, depois da reunificação, em 1996), a Alemanha tem boas chances de ganhar a Euro 2008.

Tidos como francos favoritos frente a uma Turquia “debilitada” por suspensões e contusões, os alemães deverão, mesmo assim, evitar o excesso de confiança.

O capitão da equipe, Michel Ballack, tenta conter a euforia após a equipe ter eliminado Portugal. “Daqui para a frente, todos têm a final em mente, apesar de a tarefa que nos espera frente à Turquia ser extremamente difícil”, disse.

“A Turquia consegue adaptar-se muito bem a todo o tipo de adversário e tem em Fatih Terim um treinador capaz de motivar os jogadores de uma forma incrível”, diz Ballack.

Jogo especial para turcos-alemães

Enquanto o plantel alemão está completo, a Turquia tem quatro jogadores suspensos (o goleiro Volkan Demirel, Emre Asik, Arda Turan e Tuncay Sanli) e vários jogadores contundidos, entre eles o atacante Nihat Kahveci e o zagueiro Servet Cetin. O técnico Fatih Terim tem à sua disposição apenas 14 jogadores para esta semifinal, incluindo os dois goleiros.

Mas a Turquia demonstrou tanta força mental desde o início da competição – ganhou de virada contra a Suíça, a República Tcheca e a Croácia – que nada parece impossível para essa equipe. Além disso, jogar contra a Alemanha tem algo de “especial”.

Dos sete milhões de estrangeiros que vivem na Alemanha, 1,7 milhão são turcos, sem contar os 650 mil cidadãos alemães de origem turca, segundo o site da Uefa.

Muitos chegaram nos anos 60 para “fazer funcionar” as fábricas germânicas e seus filhos hoje têm dupla nacionalidade e só conhecem o país de origem através de cartões postais. Mas o coração …

Para dar um exemplo da aproximação entre os dois povos no futebol, dois grandes jogadores da seleção turca – Hamit Altintop e Hakan Balta – nasceram na Alemanha. Foi um técnico alemão (Sepp Pontiek) que contribuiu muito para a ascensão da Turquia no futebol internacional. O técnico assistente de Pontiek, naquela época, era o atual selecionador turco Fatih Terim.

Alemanha e Turquia disputaram até agora 17 partidas (11 vitórias da Alemanha, 3 empates e 3 vitórias da Turquia). Na Copa do Mundo de 1954, na Suíça, a Alemanha derrotou a Turquia por 4 a 1, em Zurique.

Desta vez, Terim está convencido de que “todo mundo espera que a Turquia se torne campeã européia”. E ele lembra um detalhe que pode ser importante para os alemães: “Os jogos começam e acabam com o apito do árbitro”.

swissinfo, Mathias Froidevaux / Geraldo Hoffmann

Alemanha: Lehmann – Friedrich, Mertesacker, Metzelder, Lahm – Frings, Rolfes – Schweinsteiger, Ballack, Podolski – Klose
Técnico: Joachim Löw

Turquia: Rüstü – Sabri, Gökhan, Mehmet Topal, Hakan Kadir – Mehmet Aurelio, Kazim, Ayhan Akman, Hamit Altintop, Gökdeniz – Semih
Técnico: Fatih Terim

Árbitro: Massimo Busacca (Suíça)

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