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A câmera que vê em três dimensões

O aparelho é do tamanho de um maço de cigarros. cedes.com

Uma empresa suíça ganhou o mais importante prêmio europeu da tecnologia da informação pela criação de um olho eletrônico revolucionário.

Essa câmera inteligente é produto da colaboração entre a Universidade de Neuchâtel e a iniciativa privada.

Depois de 20 anos de pesquisas, um grupo de cientistas suíços criou a primeira câmera inteligente. Capaz de filmar em três dimensões, o aparelho é do tamanho de um maço de cigarros.

A denominada ESPROS/TOF deverá revolucionar os setores em que se utiliza hoje as fotocélulas.

Sua fiabilidade e suas aplicações potenciais fizeram da invenção uma das mais importantes do ano. Aliás, seus inventores acabam de receber o prestigioso prêmio europeu “IT-PRIZE”, no valor de 200 mil euros.

Chefe do projeto, Peter Seitz, professor na Universidade de Neuchâtel, afirma sua satisfação: “é o Nobel da inovação no setor da tecnologia da informação!”.

Inovação

«Apesar de ser muito pequena, essa câmera fornece uma série de informações adicionais sobre o espaço observado”, explica a swissinfo o engenheiro Beat De Coi.

No futuro, ela poderá ser usada na construção de “airbags” inteligentes, acionados somente quando necessários, evitando incidentes com os passageiros de um carro.

“Focalizada no movimento da caixa toráxica, a câmera poderá evitar a morte de recém-nascidos, afirma o engenheiro, citando outra aplicação possível. Se a criança pára de respirar, um alarme seria acionado, por exemplo.”

A tecnologia da luz

O princípio é revolucionário. Diodos (fotocondutores) são colocados em torno da objetiva, emitindo impulsos infravermelhos na direção do objeto observado.

O microprocessador, instalado atrás da câmera, mede exatamente o tempo necessário para o raio luminoso percorrer a distância câmera – objeto – câmera.

Parece um radar tradicional mas o captor utiliza o princípio do tempo de vôo da luz, ou seja, uma velocidadade de 300 mil kms por segundo.

A distância é gravada em cada pixel. Conhecendo o tempo de ida e volta da luz, pode-se calcular a posição exata de cada objeto no espaço observado.

Um passo além

Até meados dos anos 80, a tecnologia das imagens digitais só existia nas universidades. Entre os que pesquisavam o assunto estavam o professor Seitz e Beat De coi, estudante naquela época.

Os dois se encontraram nos anos 90 e começaram a pensar numa câmera inteligente que desse uma nova dimensão às imagens sintéticas.

Há mais de 20 anos, Beat De Coi é diretor-adjunto da CEDES, uma empresa líder mundial na produção de células fotoelétricas (fotocélulas), com 130 funcionários.

Mas um bom posicionamento no mercado não basta. “Uma pequena empresa não ter um laboratório de pesquisa nem trabalhar durante anos num projeto cuja comercialização não seja garantida”, afirma Peter Seitz.

O secredo do sucesso

A empresa procurou então do CSEM, uma empresa de capital público e privado que estabelece elos entre o mundo acadêmico e a economia real.

Com apoio financeiro da CEDES, a pesquisa transformou-se em produto. O olho que vê em três dimensões sai agora dos laboratórios para conquistar o mercado.

swissinfo, Daniele Papacella
(Adaptação: Claudinê Gonçalves)

33 países europeus participam do Prêmio IT.
Uma comissão selecionou 70 projetos dos 420 apresentados.
20 prêmios de 5 mil euros e três de 200 mil euros são atribuidos.

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