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Al Gore e painel da ONU ganham Nobel da Paz

Al Gore durante a apresentação do seu documentário "Uma Verdade Inconveniente". Keystone

O prêmio Nobel da Paz 2007 sai para o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore e o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU. Os dois são recompensados pelo seu engajamento na luta contra o aquecimento global.

Em 2006, Al Gore chamou a atenção pública para o problema através do seu documentário “Uma Verdade Inconveniente”.

Tanto Al Gore como o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU eram fortemente cotados para receber o prêmio Nobel.

O prêmio foi atribuído aos dois “por seus esforços de recolhimento e divulgação de informações sobre as mudanças climáticas provocadas pelo homem e por terem assentado as bases para que as medidas necessárias na luta contra estas mudanças sejam tomadas”, declarou em Oslo na sexta-feira o presidente do comitê Nobel norueguês, Ole Danbolt Mjoes.

Engajado no combate pela proteção do meio ambiente, Al Gore dá palestras em todo o mundo para chamar a atenção publica ao aquecimento global e suas conseqüências. O tema foi matéria de um livro e para o filme do documentário de Davis Guggenheim intitulado “Uma Verdade Inconveniente”, obra que ganhou em 2007 o Oscar de melhor documentário.

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“Seu forte engajamento, que se reflete na sua atividade política, nas conferências, nos filmes e nas suas obras, é um reforço importante na luta contra as mudanças climáticas”, declarou o comitê Nobel norueguês, encarregado de atribuir todos os anos o Nobel da Paz. “Ele é provavelmente a pessoa que mais fez para criar uma consciência internacional frente as medidas que precisam ser adotadas”.

O IPCC, um painel da ONU que reúne cerca de três mil cientistas e especialistas de várias áreas, é presidido pelo indiano Rajendra Pachauri. Seu objetivo é avaliar as informações cientificas disponíveis sobre os efeitos das mudanças climáticas, destacar seus impactos ambientais e socioecônomicos e traçar estratégias para dar respostas adequadas ao fenômeno.

Sua escolha para receber o Prêmio Nobel da Paz foi justificada através dos seus trabalhos e relatórios sobre as conseqüências do aquecimento global. Em um dos seus mais recentes trabalhos, apresentado em fevereiro em Paris, o IPCC chegou a conclusão que o fenômeno é “muito provavelmente” causado pela atividade humana.

O Prêmio Nobel – entregue na forma de um diploma, uma medalha de ouro e um cheque de 10 milhões de coroas suecas (1,08 milhões de euros) – será entregue na capital norueguesa em 10 de dezembro, quando se comemora o aniversário de um dos criadores da premiação, o filantropo e sábio sueco, também inventor da dinamite.

Reconhecimento

Marc Beniston, climatologista na Universidade de Genebra, é um dos pesquisadores suíços que mais se mostra satisfeito com a escolha feita pelo comitê do Prêmio Nobel. Ele também um dos vice-presidentes do segundo relatório de avaliação do IPCC.

“É um grande orgulho para toda a comunidade de climatologistas, que trabalham no tema há mais de quinze anos. Isso dá uma legitimidade suplementar ao IPCC, sobretudo em relação aos seus detratores. O prêmio fará calar os críticos que negam ainda a realidade do aquecimento global”.

“Quanto ao filme de Al Gore, ele já conseguiu sensibilizar muitos americanos para os problemas ligados as mudanças climáticas. A ele se somam também fatores como o furacão Katrina. De qualquer maneira, o documentário mostra de maneira didática e, muitas vezes, até divertida, os problemas climáticos que vivemos na atualidade”.

O Prêmio Nobel também é motivo de alegria para o Centro Oeschger de Pesquisas sobre as Mudanças Climáticas. De fato, o filme de Al Gore faz várias referências aos resultados das pesquisas desse departamento da Universidade de Berna. Alguns deles são o recuo das geleiras alpinas ou das taxas de concentração dos gazes que provocam o efeito estufa medidos nas amostras de gelo retiradas da Antártica.

“Em primeiro lugar, nós estamos orgulhosos dos resultados científicos obtidos por nossos pesquisadores. Al Gore e o relatório do IPCC utilizaram essas informações, mas conseguindo uma difusão muito maior delas”, declara Martin Grosjean, diretor do Centro Oeschger.

Para Martin Grosjean, um Nobel da Paz para essa área da ciência é uma escolha lógica. “As mudanças climáticas têm forte influência sobre o aprovisionamento de água, assim como sobre a produção de alimentos e de energia. Suas conseqüências se mostram através dos movimentos migratórios ou mesmo guerras pelo acesso às riquezas naturais. O tema não se resume somente ao recuo de algumas geleiras ou o desaparecimento de algumas espécies vegetais”, analisa o cientista.

swissinfo com agências

Nobel da Paz 2007: Al Gore e o IPCC.

Nobel de Medicina 2007: O italiano Mario Capecchi e o britânico Oliver Smithies, ambos naturalizados americanos, e o também britânico Martin J. Evans são autores de descobertas que estabeleceram os princípios “para introduzir modificações genéticas específicas em ratos mediante o uso de células-tronco embrionárias”.

Nobel de Física 2007: O francês Albert Fert e ao alemão Peter Grunberg pela descoberta da magnetorresistência gigante, um fenômeno que permitiu a miniaturização dos discos rígidos dos computadores.

Nobel de Química 2007: o pesquisador alemão Gerhard Ertl, cujos estudos dos processos químicos sobre superfícies sólidas são determinantes em campos industriais, como, por exemplo, o automotivo.

Nobel de Literatura 2007: a britânica Doris Lessing, descrita pelo júri como “a narradora épica da experiência feminina, que com ceticismo, ardor e uma força visionária escruta uma civilização dividida”.

Albert Arnold Gore Jr. (Washington, 31 de Março de 1948) é um político estadunidense que foi vice-presidente durante a administração de Bill Clinton, entre 1993 e 2001. Pertence ao Partido Democrata.

Em 2000 concorreu à presidência dos Estados Unidos tendo perdido, em uma eleição marcada por contagem polêmica dos votos, para George W. Bush, apesar de ter tido mais votos populares.

Em 2006, lançou An Inconvenient Truth (Uma Verdade Inconveniente), documentário sobre mudanças climáticas, mais especificamente sobre o aquecimento global, o qual se sagrou vencedor do oscar de melhor documentário em 2007.

Al Gore é um ativista ecológico, tendo escrito dois livros, A Terra em Balanço: Ecologia e o Espírito Humano (Augustus, 1993, 452 páginas) e Uma verdade inconveniente (Manole, 2006, 328 páginas).

Em fevereiro de 2007, Al Gore e o presidente da empresa Virgin, Richard Branson, lançaram uma competição que dará R$ 50 milhões para o cientista que apresentar a melhor proposta para “limpar o ar” do planeta, ou seja, diminuir as quantidades de dióxido de carbono na atmosfera.

Al Gore recebeu o prémio Nobel da Paz em 2007, junto com o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU, “pelos seus esforços na construção e disseminação de maior conhecimento sobre as alterações climáticas induzidas pelo homem e por lançar as bases necessárias para inverter tais alterações”. (fonte: Wikipédia em português)

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