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Berna quer combate flexível à "gripe suína"

Presidente do México, Vicente Calderón, visita um centro de diagnósticos na capital do país. Reuters

O governo suíço pede maior flexibilidade na declaração do alerta máximo de pandemia diante do avanço da "gripe suína". A medida está sendo discutida na assembléia anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra.

Este conteúdo foi publicado em 18. maio 2009 - 20:26

No encontro de ministros da Saúde e especialistas dos 193 Estados-membros da OMS, o México – foco inicial da doença – explica como está combatendo o vírus influenza A(H1N1) e critica reações "discriminatórias".

A OMS precisa tomar decisões urgentes, embora persista muita insegurança sobre o vírus influenza A(H1N1), disse a diretora da organização, Margaret Chan, nesta segunda-feira, no início dos debates em Genebra.

Segundo ela, a tarefa da OMS de informar a opinião pública com a repidez necessária e acalmá-la na medida do possível é um ato de "difícil balanceamento".

Antes da abertura do encontro, ela se encontrou com o ministro da Saúde do México, José Angel Cordova, que lhe entregou simbolicamente os conhecimentos científicos sobre o vírus A(H1N1), com os quais deve ser possibilitado o desenvolvimento de uma vacina.

Não castigar a honestidade

"É preciso reconhecer o mérito do México de haver atuado com transparência e ter anunciado rapidamente qual era a situação. Mas, se isso lhe custa caro a posteriori, outros países poderão se perguntar no futuro: vale la pena?", declarou Claudine Burton-Jeangros, especialista em Socioloia da Saúde da Universidade de Genebra.

Essa opinião manifestada pela pesquisadora suíça em entrevista à swissinfo é partilhada pelo embaixador do México nas Nações Unidas, Luis Alfonso de Alba.

"É importante que não enviemos a mensagem de que, quanto mais se esconder um problema, menos problemas se terá a nível internacional, porque isso evidentemente é contra a segurança sanitária global (...) É importante que não se castigue a honestidade", disse o diplomata à swissinfo.

Alba criticou as reações "discriminatórias" de alguns países após o início da epidemia no México. "Tivemos vários casos de maltrato, violação aberta dos dereitos humanos contra cidadãos mexicanos, pelo simples fato de serem mexicanos, preconceitos, caricaturas e referências ofensivas, gente detida em aeroportos, deportada...", reclamou o embaixador.

Vírus levado do Canadá

No momento, as atenções dos peritos da OMS se concentram na evolução da doença no Japão, onde 135 pessoas foram infectadas em poucos dias. Provavelmente, o vírus A(H1N1) foi "importado" no país por um grupo de alunos que visitou o Canadá.

Pelos critérios da OMS, essa evolução poderia ser motivo para declarar o nível de alerta máximo (6) diante de uma pandemia, ou seja, a constatação de que a doença se propaga mundialmente.

Procedimento diferenciado



Thomas Zeltner, diretor da Secretaria Federal de Saúde e chefe da delegação suíça na assembléia da OMS, pediu uma maior flexibilidade na declaração do nível de alerta máximo.

Até agora, a fase 6 é iniciada quando o vírus migrou para pelo menos um país de um segundo continente e, além disso, se transmite regularmente entre seres humanos. Na fase de alerta 6 de pandemia, seriam ativados os planos de emergência para os sistemas de saúde em todos os níveis.

Zeltner defendeu que, além de um segundo continente, também deve ser considerada a gravidade de uma epidemia. "A questão da elevação para a fase 6 implica também decisões sobre a fabricação de uma vacina", explicou.

Primeira vacina em seis meses

A diretora da OMS, Margaret Chan, adiou a decisão de suspender a produção de vacina convencional contra gripe para liberar capacidade de produção de uma vacina contra a "gripe suína". Devido às pesquisas ainda necessárias, a primeira dose de vacina contra o vírus A(H1N1) ainda deve demorar meio ano.

A nova gripe começou no México e, inicialmente, se alastrou para os EUA e o Canadá. Até esta segunda-feira, 8.829 pessoas foram infectadas pelo vírus em 40 países e 74 pessoas morreram, segundo dados da OMS.

Na Europa, há 94 casos confirmados (56 na Grã-Bretanha, 30 na Espanha, 4 na Alemanha, 3 na Bélgica e 1 na Itália). Na suíça, até agora, ocorreu um caso de gripe A(H1N1) - o paciente já teve alta do hospital - e ainda há duas suspeitas. Em 85 casos, a suspeita de infecção não se confirmou.

Segundo especialistas, uma pandemia relativamente branda poderia causar a morte de até quatro milhões de pessoas em todo o mundo. Uma pandemia grave poderia custar dez vezes mais vidas. Um onda de gripe normal chega a matar, em média, até meio milhão de pessoas por ano mundialmente.

Geraldo Hoffmann (com colaboração de Marcela Águila Rubín), swissinfo.ch

Briga pela vacina

Na assembléia da OMS, em Genebra, os países em desenvolvimento cobram uma distribuição mais justa das vacinas contra a gripe, com o argumento de que eles, em casos de epidemia, frequentemente fornecem os troncos de vírus.

Embora a OMS coloque esses troncos de vírus gratuitamente à disposição da indústria farmacêutica, o acesso dos países do Sul às vacinas seria difícil por questões de preços e patentes.

A Suíça defende que a OMS atue como "árbitro" nessa briga e garanta uma distribuição justa de vacinas e medicamentos de acordo com a evolução da epidemia.

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