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Suíços são os mais ricos do mundo

Artistas brincam com a riqueza: bueiro suíço pintado de dourado em Lucerna. Keystone

Com uma fortuna média de 817 mil francos por habitante, os suíços são os mais ricos do planeta, afirma um estudo publicado pelo Banco Mundial.

Do outro lado da escala estão países do continente africano, cujos habitantes são considerados os mais pobres do mundo. Na liderança da lista está a Etiópia, com 2.481 francos por habitante.

Intitulado “Onde está a riqueza das nações?”, o estudo foi publicado na quarta-feira em Nova Iorque, pouco antes da abertura da Cúpula Mundial das Nações Unidas, que reúne, em Nova York, 170 líderes de Estado para discutir, além de questões de paz, segurança internacional e desenvolvimento social, a reforma da organização.

Pela primeira vez, os especialistas do Banco Mundial levaram em conta não apenas a riqueza material das populações, mas também as riquezas naturais do país e fatores “imateriais” como o nível de instrução.

Esse novo método não traz resultados inesperados: os países desenvolvidos continuam sendo os mais ricos do planeta e os países africanos os mais pobres.

No pelotão dos dez países mais ricos, a Suíça encontra-se em primeiro lugar. O país dos Alpes tem uma fortuna média de 817 mil francos por habitante. Depois seguem nove países industrializados, dentre eles sete europeus, os Estados Unidos e o Japão.

Os últimos colocados são, em sua grande maioria, países da África negra.

Pobres mais pobres

O estudo não surpreende, mas seus autores lançam um alerta: os países mais pobres, que não estão aplicando o desenvolvimento sustentável, estão perdendo suas riquezas.

– Comparamos essa situação com a de uma família, cujos gastos contínuos aumentam sem parar suas dívidas com o banco, ou que sejam obrigadas a vender seus bens para se alimentar – escreveu Kirk Hamilton, especialista do Banco Mundial.

– O mesmo vale para as nações. Se a taxa de poupança líquida é negativa, isso indica que a riqueza do país está sendo esgotada. Eles estão indo numa direção contrária ao do desenvolvimento sustentado.

A tendência não é geral, como ressalta uma brochura incluída no estudo principal.

Nesse sentido, a Mauritânia melhorou suas perspectivas de desenvolvimento gerando melhor seus recursos de pesca. O Botsuana soube utilizar suas riquezas em diamante para financiar a escolarização das crianças, programas de saúde e de infra-estrutura. Graças a essa política, o país africano está tendo taxas de crescimento positivas.

Pobres na Suíça

Mesmo se a riqueza parece estar concentrada nos países desenvolvidos, não é possível esconder os bolsões de pobreza em muitos deles. A passagem do furacão Katrina por quatro Estados americanos mostrou a grande fissura que divide ricos e pobres nos Estados Unidos.

Também na Suíça, existe a pobreza. Segundo um estudo publicado no início do ano pelo Fundo Nacional de Pesquisa, cerca de 250 mil pessoas de 20 a 59 anos são considerados “working poor” (trabalhadores pobres).

A expressão inglesa qualifica o grupo de pessoas que apesar de trabalhar, chegam ao final do mês com menos de 1000 francos no bolso, depois de pagar aluguel e seguro-saúde. Formado em grande parte por mulheres (61%), eles representam 7,4% da população ativa na Suíça. Mais da metade é de estrangeiros.

Outras estatísticas mostram que nas cidades suíças, um em dez crianças é dependente de ajuda social para sobreviver.

swissinfo com agências

Os países mais ricos do mundo, segundo a fortuna média por habitante (em francos suíços e valores arredondados):

1 – Suíça (817.000)
2 – Dinamarca (725.000)
3 – Suécia (647.000)
4 – Estados Unidos (646.000)
5 – Alemanha (626.000)

Os mais pobres:

1 – Etiópia (2.480)
2 – Burundi (3.608)
3 – Niger (4.663)
4 – Nepal (4.800)
5 – Guiné-Bissau (5.015)

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