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Diabetes está em plena expansão

Pesquisa sobre diabetes na Universidade de Genebra. swissinfo.ch

O número de diabéticos no mundo pode mais que dobrar nos próximos 30 anos. A previsão é da OMS - Organização Mundial de Saúde, em Genebra. Sexta-feira foi o dia mundial do diabetes.

Na Suíça existem 250 mil diabéticos e a extenção do diabetes 2, em particular nos jovens, é preocupante.

Se a tendência atual for mantida, o número de diabéticos no mundo vai mais que dobrar nos próximos 25 anos. Dos 176,5 milhões atualmente, eles serão 370 milhões em 2030, nas previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra.

No Brasil, os diabéticos serão mais de 11 milhões. Na Suíça, mais de 300 mil.

Na Suíça existem 250 mil diabéticos atualmente e a extenção do diabetes 2, em particular nos jovens, é preocupante.

“Dez anos atrás, não havia crianças com diabetes de tipo 2, na Suíça”, afirma o biólogo Pierre Maechler, da Faculdade de Medicina da Universidade de Genebra.

“É provavelmente o resultado de maus hábitos alimentares e da falta de exercícios”, acrescenta.

O problema da obesidade

As causas exatas do diabetes continuam misteriosas mas sabe-se que existe uma correlação com a obesidade.

O pâncreas deixa de produzir ou produz em qualidade insuficiente a insulina que dilui o açucar do sangue. A concentração de açucar no sangue provoca lesões que podem levar à morte.

Em Genebra, por exemplo, 10% dos escolares têm excesso de peso e 2 a 3% são obesos.

Problemas cardíacos

O Centro Médico da Universidade de Genebra existem pesquisas sobre os diferentes aspectos dos diabetes.

A equipe do professor Pierre Maechler estuda as células beta do pâncreas (que produzem a insulina) e como os músculos e outros tecidos absorvem o açucar do sangue.

A insulina é vital. Sem ela, o corpo não pode extrair a energia necessária dos alimentos ingeridos.

Por outro lado, Richard Jones, do Hospital Universitário de Genebra, tenta compreender porque 80% dos diabéticos morrem da doença e de ataque cardíaco.

“Tentamos entender porquê – quando a taxa de gordura no sangue não nos parece excessiva – os diabéticos têm um enorme risco de doenças cardiovasculares”, explicou à swissinfo.

A esperança do transplante

O prof. Domenico Bosco pesquisa em laboratório o transplante das ilhas de Langerhans, um grupo de células do pâncreas que fabrica a insulina.

Nas pessoas que sofrem do diabetes de tipo 1 (dependentes de aplicação de insulina), essas células são destruidas.

Nesse tipo de transplante, as “ilhas” retiradas e transplantadas começam a produzir e liberar insulina. “Esperamos que essa técnica vai ajudar as pessoas que sofrem de diabetes 1 a viver sem injeções diárias de insulina”.

Um dos problemas dessa técnica, é que os receptores precisam tomar imunodepressores, remédios que inibem a defesa do sistema imunitário.

O outro é a falta de doadores. Os pesquisadores gostariam de poder utilizar as chamadas células-tronco para criar as Ilhas de Langerhans mas as pesquisas com material genético humano são bastante restritivas na Suíça.

Custos em alta

A longo prazo, o diabetes pode ter conseqüências graves: problemas cardiovasculares, renais e das terminações nervosas como a cegueira. Como o número de diabéticos aumenta, os custos também.

Estudo realizado no ano passado junto a 1.500 pacientes concluiu que o tratamento por doente custa cerca de 3.500 francos suíços (2 mil dolares) por ano. Em toda a Suíça, o custo total anaul é de aproximadamente 1 bilhão de francos.

Sintomas de difícil detecção

O diabetes de tipo 2, o que mais se expande, desenvolve-se lentamente e os sintomas podem ser benignos durante muito tempo. E por isso que milhões de pessoas no mundo desconhecem que são diabéticas.

Os pesquisadores insistem que uma detecção precoce, através de uma análise da taxa de glicemia no sangue, pode evitar sérios problemas.

Mas a melhor prevenção continua sendo uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios.

swissinfo, Vincent Landon
(Adaptação, Claudinê Gonçalves)

– O diabetes aparece quando o corpo não produz, produz em quantidade insuficiente ou não utilizar a insulina corretamente.

– A insulina é o hormônio indispensável para transformar o açucar do sangue em energia.

– O diabetes de tipo 1 ocorre porque as células do pâncreas que fabricam insulina são destruidas. Generalmente, ele começa na infância.

– No diabetes de tipo 2 (o mais freqüente) a quantidade de insulina produzida é insuficiente ou o organismo não sabe utilizá-la de maneira eficaz. É mais comum nas pessoas com mais de 40 anos, com excesso de peso.

– Projeções da OMS indicam que haverá mais de 370 milhões de diabéticos no mundo em 2030. Para a Suíça, as estimativas são de 300 mil pessoas.

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