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Dirigentes suíços assumiram mal suas responsabilidades

Refugiados durante a Segunda Guerra Mundial, no cantão do Ticino, perto da fronteira italiana Keystone

A política oficial da Suíça durante a Segunda Guerra Mundial "contribuiu para a realização do objetivo nazista mais atroz: o Holocausto". A afirmação é da Comissão Independente de Especialistas em seu relatório final depois de 5 anos de pesquisas.

9 especialistas suíços e estrangeiros, entre eles 7 historiadores, com mandatos do governo e do Parlamento, trabalharam durante 5 anos para analisar as relações da Suíça com a Alemanha, entre 1933 e 1945.

CIE produziu 26 estudos

A Comissão Independente de Especialistas (CEI), dirigida pelo historiador suíço Jean-François Bergier, publicou sexta-feira, 22.3, seu relatório final em 4 línguas que pode ser consultado na primeira página de swissinfo(no alto, à direita).

Anteriormente, a CEI havia publicado 25 estudos de temas específicos, como refugiados, relações econômicas, trabalho forçado etc.

Ela fora constituída, 5 anos atrás, em reação às acusações acerca das contas inativas de vítimas da guerra em bancos suíços e das transações em ouro do Banco Central Suíço (BN) com os alemães.

Autoridades agiram mal com os refugiados

Os dirigentes suíços assumiram mal suas responsabilidades durante a Segunda Guerra Mundial, particularmente com relação aos refugiados, afirma a CEI. Houve excessos e restrições inúteis e as autoridades sabiam do destino reservado às vítimas, escrevem os especialistas.

Mesmo se os dados não são exatos, um grande número de pessoas ameaçadas de morte foram impedidas de entrar na Suíça, declarou o prof. Bergier, presidente da CEI. A coragem e o espírito de justiça de certos cidadãos e a generosidade de parte da população amenizaram mas não mudaram a política oficial.

Pesquisa deve continuar

Bergier reconhece que a sobrevivência econômica e política da Suíça exigiam uma atitude amena com a Alemanha e a Itália mas governo e certas empresas foram “longe demais” na cooperação, contrariando, às vezes, até a neutralidade, como em certos créditos e vendas de material de guerra.

A CEI não pretende ter respondido completamente ou definitivamente às questões
sobre a atitude da Suíça na época do nazismo. Bergier disse que agora existe uma base para um debate crítico e incitou os historiadores a continuarem pesquisando.

Os 5 anos de trabalho da Comissão de Especialistas custaram 22 milhões de francos suíços (€ 15 milhões).

swissinfo e agências

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