Doping no ciclismo sancionado na França
Processo contra a equipe Festina, a melhor do "Tour de France" - TF, Volta da França - dá penas de prisão e multas para cartolas. Richard Virenque, coqueluche do ciclismo francês, se sai bem. Mas continua a controvérsia sobre doping que envolveu suíços.
O rumoroso caso Festina que envenenou o TF de 1998 e deu processo concluído na sexta-feira, 22/12. Tribunal Correcional de Lille, norte da França, condenou o ex-diretor esportivo da equipe Festina, Bruno Roussel, e o ex-massagista belga, Willy Voet a respectivamente um ano e 10 meses de prisão com sursis (suspensão temporárea da pena).
Richard Virenque, único ciclista processado, foi inocentado. Mas o tribunal multou Roussel a 50 mil francos franceses (US$ 7 mil) e Voet a 30 mil (US$ 4,2 mil).
O escândalo veio a público em 1998 quando funcionários da alfândega francesa pegaram Willy Voet, na fronteira franco-belga, com um carro cheio de produtos “dopantes”. O incidente ocorreu imediatamente antes do “Tour de France”.
Quanto a Virenque que saiu livre, mesmo tendo finalmente confessado depois de muito desmentido que se havia dopado, foi exonerado de qualquer falta. O simples consumo de doping não é penalmente repreensível.
Mesmo assim, o ciclista francês pode ser suspenso por 6 meses. Ele deve no entanto pedir clemência à Federação Suíça de Ciclismo de que depende como residente em território suíço.
Resta que a controvérsia sobre o doping no ciclismo continua atual. Bruno Roussel, o ex-diretor da equipe Festina, a mais prestigiosa do TF, declarou ao jornal suíço Le Temps (edição de 22/12) que “não existe essa história de ciclistas serem dopados sem saber”. Afinal, realçou, “eles não são crianças”.
Por outro lado, Roussel elogiou a “honestidade” de dois ciclistas suíços envolvidos no caso: Alex Zülle e Armin Meier. Ambos disseram ter conhecido a EPO antes de chegarem à equipe Festina. Por outro lado, Roland Dufaux, outro ciclista suíço, confessou que “Roussel jamais o obrigou a dopar-se”.
Em tempo: EPO (abreviação de eritropoietina) é um hormônio amplamente utilizado como doping, mas difícil de detectar.
swissinfo com agências.
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