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Horta-Osório pede demissão do Credit Suisse

Imagem do banqueiro António Horta-Osório
Antes de ser nomeado para presidir o conselho de administração do segundo maior banco da Suíça, António Horta-Osório presidiu o Lloyds Banking Group. AFP

No cargo há menos de um ano, Antonio Horta-Osório se demite do cargo de presidente do conselho de administração do banco Credit Suisse após ter violado por duas vezes as regras de quarentena vigentes na Suíça. O banqueiro suíço Axel Lehmann foi nomeado para ocupar o seu lugar.

A nomeação de Horta-Osório para presidente conselho de administração do Credit SuisseLink externo em abril de 2021 deveria ajudar o banco a superar uma série de escândalos, dentre eles o colapso do fundo de investimento Archegos (causando prejuízos de mais de cinco bilhões de dólares) e a falência do fundo de investimento Greensill Capital (onde o CS tinha uma participação de dez bilhões de dólares) e também o período conturbado da administração de Tidjane Thiam, marcado por escândalos de espionagem.

Após assumir a diretoria, o banqueiro português prometeu voltar a colocar a gestão de riscos no centro da cultura corporativa do banco e lançou uma revisão estratégica, cujas conclusões foram apresentadas há pouco mais de dois meses.

Violação de regras

No início de dezembro, no entanto, uma investigação do jornal Blick trouxe à tona o comportamento indiferente de António Horta-Osório com relação ao cumprimento das regras da Covid-19 vigentes na Suíça.

No retorno de Londres à Suíça em 28 de novembro de 2021, o banqueiro português perguntou sobre a possibilidade de encurtar ou mesmo ser liberado da quarentena. O cantão de Schwyz, onde vive Antonio Horta-Osório, e as autoridades federais rejeitaram o pedido. Entretanto, em 1 de dezembro, voou para a Espanha em um avião particular, violando as regras de quarentena. Ele então continuou sua viagem a Nova York para uma reunião da diretoria. O ex-executivo chefe do Lloyds Banking Group também foi criticado por participar da final de tênis de Wimbledon em julho, violando as regras então em vigor na Grã-Bretanha.

Citado no comunicado de imprensa do banco na noite de domingo, Antonio Horta-Osório assumiu a responsabilidade. “Lamento que minhas ações tenham causado dificuldades para o banco e comprometido a capacidade de representá-lo interna e externamente […]; portanto, acredito que neste momento crucial minha demissão é do interesse da instituição e de suas partes interessadas”, declarou.

Sucessão decidida

O lugar de Antonio Horta-Osório será ocupado por Axel Lehmann,Link externo nomeado em outubro de 2021 para a direção do banco. O executivo suíço com longa experiência em outras instituições financeiras do país, havia sido nomeado para chefiar o comitê de controle de risco do banco. Lehmann, 61 anos, tem doutorado em administração de empresas e também trabalha como professor titular na Universidade de St. Gallen.

“Gostaria de agradecer à diretoria do Credit Suisse pela confiança que ela depositou em mim e espero trabalhar ainda mais estreitamente com com o conselho de administração e direção do banco”, diz Lehmann. Estamos no caminho certo”, acrescenta, “com a nova estratégia e continuaremos a incorporar uma cultura de risco mais forte em toda a empresa. Ao executar nosso plano estratégico de forma oportuna e disciplinada, sem distração, estou convencido de que o Credit Suisse demonstrará a força renovada e o foco nos negócios necessários para gerar valor sustentável para todas as nossas partes interessadas.”

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