Perspectivas suíças em 10 idiomas

Empresários brasileiros viram vantagens da Suíça

Os palestrantes do seminário organizado em São Paulo. Adriana Proença

Representantes da nata empresarial brasileira puderam conhecer mais de perto as oportunidades de negócios oferecidas pela Suíça.

Foram informados também das vantagens que o país dos Alpes oferece às empresas internacionalizadas que desejam se estabelecer em seu território.

Isso aconteceu durante o seminário “Suíça – Sua Plataforma no Coração da Europa”, organizado pela Agência Suíça de Promoção de Negócios e Investimentos e realizado em São Paulo na semana passada.

Além da Agência Suíça, participaram da organização do seminário a Embaixada da Suíça no Brasil e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O evento contou ainda com o apoio da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira (Swisscam) e reuniu dezenas de empresários brasileiros na sede da Fiesp.

De acordo com um levantamento feito pela consultoria Pricewaterhouse-Coopers, a Suíça é o destino preferido de empresas não-européias que buscam inserção para seus serviços e produtos no continente europeu. Entre as vantagens oferecidas pela Suíça em comparação a outros países da Europa, segundo os empresários pesquisados, estão a qualidade da infra-estrutura, a reduzida carga tributária e a alta qualificação da mão-de-obra.

Diretor regional da Agência Suíça, Martin von Walterskirchen apontou durante o evento outras vantagens que a Suíça oferece, tais como “a existência de centros de pesquisa líderes no mundo, o ambiente de competitividade e desenvolvimento e o acesso irrestrito aos países da União Européia”. Segundo o diretor, mais de 650 empresas das Américas têm hoje atuação na Suíça.

Para o diretor adjunto do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Thomas Zanotto, as empresas brasileiras procuram cada vez mais a internacionalização como maneira de ampliar sua atuação e conquistar mercados: “A Suíça tem tradição de seriedade e segurança jurídica. É importante conhecermos um pouco mais sobre as oportunidades que o país oferece às empresas interessadas nesse processo de internacionalização”, disse.

Principal executivo da agência DEWS (Development Economic Western Switzerland), especializada na promoção das vantagens da região Oeste da Suíça, Jacques Pasche lembrou que o país recebeu cerca de duas mil empresas estrangeiras nos últimos cinco anos e destacou a liderança suíça nos setores farmacêutico e de biotecnologia: “As empresas sempre pensam na Suíça quando querem encontrar pessoas bem treinadas”, disse.

Prêmio para Vale e Vicunha

Durante o seminário foi entregue o prêmio Tell Award às empresas brasileiras Vale (antiga Vale do Rio Doce) e Vicunha, em reconhecimento aos investimentos realizados por ambas na Suíça em 2007 e 2008: “Este prêmio demonstra e agradece o esforço destas empresas em suas atuações na Suíça”, afirmou o embaixador suíço Wilhelm Meier, que entregou os prêmios a Ricardo Steinbruch (CEO da Vicunha Têxtil) e Renato Neves (diretor global de marketing e desenvolvimento de negócios em minério-de-ferro da Vale na Suíça).

Neves falou sobre a decisão da Vale de instalar sua sede européia na Suíça, e qualificou o escritório da empresa como “multicultural, contendo 23 nacionalidades entre seus 95 funcionários”. O diretor anunciou ainda que a Vale está construindo um prédio próprio na Suíça, com capacidade para 350 pessoas: “Estamos crescendo conforme as necessidades, e devemos terminar 2008 com cerca de 100 funcionários”, disse.

Steinbruch contou a todos que a Vicunha considera um grande acerto a escolha da Suíça como sede da empresa na Europa: “Estamos há 30 anos atuando na Europa, e a Suíça é central. Só temos a agradecer ao que a Suíça fez pela Vicunha. Acredito que, com este prêmio, a Suíça também reconheceu algo de bom que fizemos por ela”, disse.

Uma história de sucesso

O seminário “Suíça – Sua Plataforma no Coração da Europa” também serviu para a apresentação de um caso de sucesso que demonstra que mesmo as empresas brasileiras de pequeno e médio porte têm oportunidades de bons negócios na Suíça. Especializada no desenvolvimento de tecnologia para a indústria aeronáutica, a empresa Nema Automação Industrial se instalou no país a partir de um primeiro contato feito durante um evento internacional realizado em 2002 e vem tendo bom desempenho.

O executivo Ércio Miguel Nema contou que decidiu formalizar o estabelecimento de sua empresa na Suíça após tomar conhecimento de que um projeto desenvolvido pela Nema era semelhante a um outro desenvolvido por engenheiros suíços. Foram então estabelecidas parcerias para o desenvolvimento de tecnologias na área de hidropneumática.

“Foi um desafio e uma grande oportunidade para uma pequena empresa como a Nema. A chegada à Suíça nos mostrou a necessidade de criar uma estrutura para atender ao mercado mundial”, afirmou o empresário. Formou-se então o Grupo Nema, que reúne também as empresas Hydrosuisse (Suíça), Niederhauser (Suíça), Try-Tec (Estados Unidos), Fefa (Portugal) e Drau-Air Group (Brasil): “São empresas de alto nível atuando como participantes do negócio, e não mais somente como fornecedores”, disse Ércio Nema.

Após destacar que a criação do Grupo Nema proporcionou um alto índice de performance a seu negócio, o empresário afirmou que escolheu a Suíça por diversos motivos, “como a localização geográfica, a mão-de-obra qualificada e os custos atraentes, a legislação trabalhista, as taxas que possibilitam produtos com preços competitivos e a qualidade de vida que influencia a boa produção”.

swissinfo, Maurício Thuswohl, Rio de Janeiro

Estudos realizados pela consultoria internacional Pricewaterhouse-Coopers apontam a Suíça como o destino preferencial das empresas não-européias que querem desenvolver negócios na Europa.

Diretor de Tributação Internacional da Price na Suíça, Daniel Gremaud afirma que o país tem a seu favor fatores como localização geográfica no centro da Europa, excelente reputação internacional, alto acesso ao desenvolvimento do sistema bancário e do mercado de capitais e política e legislação estáveis, além de taxas substancialmente decrescentes: “A Suíça tem posição favorável na competitividade internacional”, afirma Gremaud.

Gerente sênior de Tributação Internacional da Pricewaterhouse-Coopers no Brasil, Philippe Jeffrey avalia que as taxas fiscais praticadas na Suíça são um forte atrativo para as empresas brasileiras, “principalmente se observarmos a falta de incentivos fiscais do governo brasileiro para investimentos no exterior”.

Para o embaixador da Suíça no Brasil, Wilhelm Meier, o seminário “Suíça – Sua Plataforma no Coração da Europa”, realizado em São Paulo, representou “uma oportunidade de desenvolvimento da relação econômica entra o Brasil e a Suíça”.

Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR