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Festa da Suíça no Rio atrai cerca de mil pessoas

Barraca da raclete, uma das atrações de maior sucesso da festa. swissinfo.ch

Foi grande o sucesso da Festa Nacional da Suíça, celebrada em quatro de agosto na Escola Suíço-Brasileira no Rio de Janeiro.

Segundo os organizadores, cerca de mil pessoas passaram para festejar o aniversário da Suíça, que é comemorado em 1º de agosto, e fortalecer os laços culturais, familiares e de amizade entre os dois países.

Animada pela banda da Guarda Municipal do Rio e repleta de crianças, a festa começou à tarde, com jogos e brincadeiras para divertir os pequenos. Os adultos, por sua vez, deram preferência ao contato imediato com a saborosa gastronomia suíça, representada por diversas barracas com iguarias típicas, como raclete, rosti de batatas, salsichão de vitela, vinhos do Valais e carne dos Grisões, entre outras.

O momento mais emocionante da festa foi a caminhada com lanternas, tradição suíça relembrada pelas crianças que percorreram as ruas próximas à escola: “Foi mesmo muito bonito de se ver. A festa foi um sucesso e teve um público maior do que esperávamos”, comemorou o diretor-geral da Escola Suíço-Brasileira, Thomas Wolfer.

“Na Suíça, é o cidadão que conta”

No ato cívico que marcou o evento, o cônsul-geral da Suíça, Roland Fischer, exortou seus compatriotas e todos os amigos da Suíça a olhar para o futuro: “É muito freqüente escutar lamúrias e queixas de que tudo era melhor antes. Porém, se tomarmos conhecimento dos acontecimentos, veremos que muitas coisas mudaram ultimamente para melhor e que a Suíça ainda pode ser considerada como modelo”, disse.

Fischer, que no dia 1º ofereceu um coquetel no Iate Clube do Rio de Janeiro para marcar a data nacional, demonstrou seu otimismo com o atual momento da Suíça: “Nos anos noventa, o país atravessou um período em que padecia de reformas, os impostos e as taxas aumentavam. O Estado tinha que interferir regularmente na economia, e o orçamento federal duplicou entre 1984 e 2001. Mas, de alguns anos pra cá, o vento mudou de lado: a cota do Estado diminuiu, os impostos estão sendo reduzidos e a tendência permanece positiva”, disse.

O cônsul-geral ressaltou que, na Suíça, “as correções surgiram de baixo, vindas pelos eleitores”, e enalteceu os avanços democráticos conquistados pelo país ao longo de sua história: “Fica claro que o regime de democracia direta vigente na Suíça não é unicamente um excelente sistema de controle do poder. Ele permanece também como uma segurança contra ideologias fora da realidade, obrigando os políticos a encarar a vida real. Na economia de mercado, é o cliente que conta. Na Suíça, é o cidadão que conta. A democracia direta cuida para que as coisas permaneçam assim”.

“Levar coisas e trazer coisas”

Autor do Novo Catálogo Brasileiro, recentemente lançado em edição bilíngüe português-alemão, o escritor suíço Peter K. Wehrli foi convidado de honra do evento. Após declarar seu amor pelo Brasil e pela Suíça, ele criticou o “turismo industrial” e citou a capacidade de “levar coisas e trazer coisas” como fundamental para promover um verdadeiro intercâmbio entre os dois países: “É importante termos consciência de nossas origens e também da sociedade em que pretendemos intervir”, disse, se dirigindo aos descendentes de suíços que vivem no Brasil.

Diversas personalidades ligadas à Suíça, entre políticos, artistas e empresários, estiveram presentes no coquetel do dia 1º e na festa do dia 4. Segunda colocada nas últimas eleições para o Governo do Rio de Janeiro, a ex-juíza e ex-deputada federal Denise Frossard destacou a amizade entre os dois países: “Existem muitos cidadãos suíços ou descendentes de suíços vivendo no Brasil. A relação do Brasil com a Suíça é uma relação de longo tempo, uma relação fraterna”, disse.

Frossard, cuja família é originária do cantão suíço do Jura, ressaltou a importância de se promover eventos como a festa realizada na Escola Suíço-Brasileira do Rio: “É preciso trazer vivas as tradições suíças no Brasil. Senão, nós que descendemos dos suíços ficaríamos órfãos, pois, de alguma forma, a Suíça é nossa pátria também”.

swissinfo, Maurício Thuswohl, Rio de Janeiro

Estudar na Escola Suíço-Brasileira não é um privilégio somente para descendentes de suíços. Entre as dezenas de crianças que levaram às ruas do Rio de Janeiro a tradicional caminhada com lanternas, estavam também aquelas cujos pais viram no contato com a cultura helvética a oportunidade de um ensino de excelência para seus filhos.

Descendente de italianos e pai da pequena Maria, que faz sete anos esta semana, Paulo Magnavita aponta o eficiente aprendizado de idiomas estrangeiros como o fator que o fez matricular sua filha na ESB: “Além dos idiomas da Suíça, a escola dá uma ótima base em inglês. Vejo o aprendizado de idiomas como algo fundamental para o futuro da Maria”, diz.

O contato com a cultura européia também é citado por Cyro Portocarrero, pai de Nicole, que tem seis anos de idade e nasceu na França: “Quando retornamos ao Brasil, quisemos que a Nicole mantivesse seu contato com a língua francesa. Aqui na Escola Suíça ela tem isso, somado ao contato com o idioma alemão”, disse.

A tradição de bom ensino cultivada pela ESB, segundo Cyro, também pesou na sua decisão: “As referências sobre a escola que recebemos das pessoas, inclusive de amigos da minha idade que estudaram aqui, são as melhores do mundo. Estudar na ESB é uma grande oportunidade, não só pelo fato de ser uma escola bilíngüe, mas também pela grande diversidade cultural que existe aqui”.

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