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Gripe suína causa primeira vítima na Suíça

Bebê vítima do vírus A(H1N1) já estava morto quando chegou ao hospital em Basileia. Keystone

Um bebê de quatro meses e meio é a primeira vítima da gripe A(H1N1) na Suíça. Outros problemas de saúde haviam enfraquecido o sistema imunológico do menino, informaram as autoridades.

Segundo o médico Jürg Hammer, do Hospital Universitário de Basileia, o bebê morreu em consequência de pneumonia, após ter contraído a chamada gripe suína.

Hammer explicou que o menino adoeceu na semana passada e foi tratado pelo médico de confiança da família com antibióticos contra a infecção. Um tratamento com Tamiflu foi descartado por causa da idade. No final de semana, seu estado piorou e a criança teria parado de respirar no colo do pai.

Quando chegou ao hospital, no sábado, o bebê já estava morto. Segundo o médico, a autópsia mostrou que a causa imediata da morte foi pneumonia. “A criança teve um surto de muco e se asfixiou, sem que se pudesse fazer algo”, disse Hammer.

O médico afirmou que o estado de saúde do bebê foi agravado pela deformação do palato (céu da boca), que teria dificultado a respiração e deglutição. Ele tinha também um pequeno defeito no coração. Além disso, seu sistema imunológico estava enfraquecido por repetidas infecções.

O médico não descartou a hipótese de que tenha ocorrido uma coinfecção bacteriológica. Hammer afirmou que o bebê poderia ter morrido também de uma outra infecção viral se não tivesse contraído a gripe A.

Vacina só a partir do sexto mês

Hammer lembrou que não há vacina autorizada contra a gripe suína para crianças com menos de seis meses de idade. A confirmação da primeira morte no país pelo vírus A(H1N1) foi apresentada à autoridades estaduais de Basileia na terça-feira, após a conclusão dos exames.

O diretor de prevenção a pandemias da Secretaria Federal de Saúde, Patrick Mathys, disse que a pandemia da gripe A(H1N1) não pode mais ser impedida. Trata-se agora de reduzir ao mínimo seus efeitos e o sofrimento, seguindo as medidas de higiene no cotidiano, acrescentou.

Segundo Mathys, com a vacina, que começa a ser ministrada em toda a Suíça, cada um pode se imunizar e também proteger os mais fracos. Não se pode descartar mais mortes, disse.

Número de casos aumenta

Mathys disse que não há outros casos graves conhecidos de gripe suína em crianças no país, mas vários adultos em tratamento intensivo – na última semana eram 12.


A Secretaria Federal de Saúde informou na semana passada que a gripe suína estava se alastrando rapidamente na Suíça. O número de casos confirmados em laboratório dobrou em uma semana para 773 casos.

A Organização Mundial da Saúde informou em seu último balanço, na sexta-feira (13/11), que foram confirmados casos de gripe A(H1N1) em 206 países e territórios, entre eles, 6250 mortes.

swissinfo.ch com agências

Segunda vítima

A gripe suína provocou uma segunda vítima na Suíça. Uma mulher morreu na quarta-feira (18/11), no Hospital Estadual de Winterthur (norte da Suíça), em consequência de uma pneunomia causada pelo vírus A(H1N1).

A informação foi confirmada ao jornal Tages Anzeiger, de Zurique, na noite de quarta-feira, pelas autoridades estaduais de saúde. A mulher tinha entre 50 e 60 anos e sofria de diabetes.

Na Suíça, três vacinas estão oficialmente liberadas para uso no combate à gripe A(H1N1): Pandemrix, Focetria e Celtura.

O Ministério do Interior informou que, até meados de dezembro, mais de 8,5 milhões de doses estarão disponíveis para a vacinação no país.

Segundo a Secretaria Federal de Saúde, no começo da próxima semana, 2,3 milhões de doses estarão distribuídos nos 26 estados – vários deles já começaram a vacinar.

A Swissmedic, autoridade suíça de controle de medicamentos, recebeu informações de 11 casos de “efeitos colaterais indesejados” da vacinação. Uma grávida perdeu o bebê três dias depois de ser vacinada. A causa exata da morte prematura do bebê ainda está sendo examinada.

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