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Imprensa suíça fala de retorno de bumerangue

Jornais condenam crime e reclamam justiça swissinfo.ch

« Terror », « situação de guerra », « apocalipse » , são termos que figuram nas manchetes de todos os jornais suíços de quarta-feira para evocar os atentados que atingiram na véspera os Estados Unidos.

A imprensa suíça condena unanimemente esses atos. Mas afirma que os Estados Unidos devem assumir suas responsabilidades. O jornal 24 Heures, de Lausanne, chega ao ponto de realçar que « o país sofre porque fez sofrer ».

EUA pagam seus crimes

« Um implacável assassino introduziu-se no domicílio do ‘gendarme do mundo’ e o tortura com método aterrador », escreve o mesmo 24 Horas, destacando que as vítimas do Worldl Trade Center são « inocentes e impotentes » que as que anterriormente foram massacradas nos acampamentos de Sabra e Chatila, as pessoas atingidas pelos bombardeios na Sérvia ou as criancinhas iraquianas.

Para o Le Temps, de Genebra, « os pavorosos atentados » perpetrados em Nova York e em Washington valem uma declaração de guerra. « Acena-se ao presidente Bush, de maneira criminosa, que a abstenção não é mais uma atitude possível ».

Como reagir

A Tribune de Genève indaga « como irá reagir uma administração ainda nova, dirigida por um presidente sem experiência ». O diário genebrino realça ainda que será necessário encontrar uma resposta pollítica a esses atos e que isso representa um formidável desafio, para os Estados Unidos e para o mundo inteiro ».

L’Impartial, de la Chaux-de-Fonds (oeste suíço) estima que será necessário « refletir nos meios de combater o flagelo », ou seja os ataques suicidas. Isso deveria ser feito com « força e determinação », mas igualmente « com mais justiça nas relações internacionais ».

A idéia aparece também no Le Nouvelliste, de Sion (sudoeste). O jornal acha necessário encontrar « uma explicação » para esses atos. « Explicar », e depois « combater com firmeza, de modo a eliminar, erradicar ao mesmo tempo as razões que levam assim o mundo à beira do abismo ».

Só sofrimentos

Como surgiu um ódio tão aterrador a ponto de arrastar carrascos e vítimas ao mesmo apocalipse ? », questiona o Le Matin, de Lausanne. E realça : « As democracias são fracas porque são sociedades abertas a todos as tendências. Inclusive as que as desejam destruí-las ».

Ninguém, na falta de provas até o momento, acusa meios islamistas, mas para eles se voltam todos os olhares. E La Liberté assinala também que « para desarmá-los, será necessário privar os fundamentalistas de sua principal base de apoio : a maioria do mundo que continua a viver na miséria ».

Uma guerra a ser vencida

O pavor e a tristeza transparecem nos comentários dos jornais da Suíça de expressão alemã. E têm certeza de que Washington vá revidar aos ataques terroristas.


O Zürcher Oberländer, de Zurique, vê nos atentados uma nova menira de guerrear. Para o jornal, o terrorismo assumiu tomou novo rumo e os americanos aguardam agora do presidente Bush uma reação firme.

O Basler Zeitung, de Basiléia, qualifica os atentados de declaração de guerra aos Estados Unidos.

Para o Landbote, de Winterthur (perto de Zurique), a colaboração entre países será indispensável para vencer o terrorismo, questão que não atinge apenas os Estados Undios.

Para o Neue Zürcher Zeitung, de Zurique, os terroristas demonstraram a vulnerabilidade da sociedade ocidental da « high-tech ». O jornal realça também que por trás dos atentados não há uma loucura cega, mas uma loucura metódica. Os Estados Unidos não aceitarão a linguagem do terror e vão revidar, afirma.

« Desde ontem somos todos americanos, conclui o jornal Blick, também de Zurique. Não queremos volta à Idade Média, queremos viver e não morrer e vamos ganhar essa guerra ».

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