Não há perigo de confronto entre a indústria farmacêutica suíça e a política brasileira de produzir medicamentos baratos para combate à aids, copiando medicamentos patenteados. É o que afirma representante da Associação das indústrias farmacêuticas suíças (Interpharma), após a resolução aprovada em Genebra pela Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

Reagindo à resolução, apresentada pelo Brasil e aprovada na terça-feira, 24/4, pela Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas (e segundo a qual o acesso aos remédios é um direito humano), a indústria farmacêutica suíça nega haver perigo de litígio com o Brasil. Segundo Thomas Cueni, diretor de Interpharma - a Associação das Indústrias Farmacêuticas Suíças - são "exemplares" as relações dos laboratórios deste país com o Brasil.

Ele falava a swissinfo depois que 52 dos 53 países membros da Comissão dos Direitos Humanos votaram em favor da proposta brasileira incitando os países a garantirem acesso de medicamentos essenciais a pessoas atingidas pelo vírus HIV ou pela AIDS. Apenas os Estados Unidos se abstiveram, estimando que remédios não são direitos humanos.

Segundo lei em vigor no Brasil, a cópia de medicamentos patenteados (genéricos) é garantida por uma "licença compulsória", alegando-se caso de emergência nacional.

Thomas Cueni lembrou que por exemplo "Roche tem sido um dos mais importantes investidores no ramo no Brasil há várias décadas e tem mantido longa relação de colaboração e diálogo com ministros da Saúde do país". Exclui então um risco de um confronto.

Estima porém que patentes devam ser protegidas para as indústrias farmacêuticas continuarem dispendiosas pesquisas sobre novos medicamentos.

Em meados de abril, 39 grandes indústrias do setor, incluindo Roche e Novartis, retiraram queixa contra a África do Sul destinada a impedir a produção e importação de genéricos para combate ao vírus HIC e a AIDS.

swissinfo

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