Justiça deve indiciar membros da família Iéltsin

Mabetex, empresa de construção na mira da justiça suíça. Keystone

Investigadores suíços que verificam caso de lavagem de dinheiro vão indiciar membros da família do ex-presidente russo, Bóris Iélsin, é o que confirma a revista americana Newsweek, na edição de 2a-feira, 12 de junho. O caso tem ramificações na Suíça.

Ao todo estão implicadas 14 pessoas, envolvidas no chamado “caso Mabetex”, nome de uma empresa de construção sediada no cantão (estado) do Ticino, sul da Suíça.

A empresa é acusada de ter pago subornos a familiares e assessores do ex-presidente Bóris Iéltsin para conseguir rendoso contrato de renovação do Kremlin.

Entre os beneficiados são apontadas duas filhas do ex-presidente: Tatiana Diatchenko e sua irmã mais velha Yelena Okulova. (O marido de Yélena, Valery Okulov, tem conta bancária congelada no Bank of New York. A conta pode estar relacionada com bilhões de dólares emprestados pelo FMI à Rússia).

Mabetex teria pago contas de cartas de crédito fornecidas às filha 2 filhas de Iéltsin. Outra pessoa acusada de receber suborno da Mabetex é Pavel Borodin, ex-intendente no Kremlin.

Dia 5 de junho, o juiz Daniel Devaud, de Genebra, indicou à Agência France Presse que indiciaria, dia 27 do corrente mês, 5 pessoas ligadas ao “caso Mabetex”. Entre elas o diretor da empresa, Behgjet Pacolli.

Na lista também o diretor de Mercata Trading, outra firma de construção subsidiária da Mabetex e sediada em Lugano, sul, e 2 ex-administradores de fortuna do UBS – maior banco suíço – e um advogado de Genebra.

Todos esses casos podem se arrastar ainda por muito tempo. A justiça suíça tem denunciado a falta de vontade russa de colaborar.

É bom lembrar que um indiciamento do clã Iéltsin atingiria indiretamente o atual presidente Vladimir Putin. Ele trabalhou com Borodin e recebeu a bênção de Yéltsin.

swissinfo com agências.