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Justiça suíça desconhece conta de Pitta

Fachada do Palácio da Justiça, em Genebra. Keystone

Até a tarde de quarta-feira (18/1) não havia sido feito qualquer pedido de bloqueio de uma suposta conta do ex-prefeito de São Paulo, ou de sua ex-esposa, em bancos suíços.

A notícia da existência de uma conta conjunta de Pitta e Nicéia Camargo, com aproximadamente um milhão de dólares, foi revelada pelo promotor Silvio Marques, de São Paulo.

Ninguém pode abrir uma conta bancária na Suíça sem que o banco conheça a identidade do cliente. A figura do “laranja” simplesmente não existe.

“Se essa senhora é beneficiária da uma conta e quer devolver o dinheiro ao município de São Paulo é muito simples: basta transferir o dinheiro de sua conta para lá e devolvê-lo”, declarou a swissinfo o procurador geral de Genebra, Daniel Zapelli. “Ela não pode afirmar que ignorava a existênca de uma conta em seu nome”, acrescentou.

Nenhum pedido do Brasil

Até agora, o procurador não recebeu qulquer pedido de bloqueio de conta bancária que pertenceria ao ex-prefeito Celso Pitta e/ou sua ex-exposa Nicéia Camargo, em Genebra. “Mais é claro que estamos dispostos a colaborar”, disse.

Quando informado que Pitta havia sucedido a Paulo Mauluf na prefeitura de São Paulo, Daniel Zappelli disse que “se lembrava muito bem do caso Maluf”.

No Ministério Público Federal, em Berna, um porta-voz garantiu que, por enquanto, não há qualquer inquérito em andamento ligado ao ex-prefeito Pitta.

Após verificação de arquivos, o porta-voz do Ministério da Justiça e Polícia, Folco Galli, disse a swissinfo que não há qualquer pedido de assistência judiciária do Brasil à Suíça nos últimos meses.

Contradição

Nesses casos, para o pedido de bloqueio de contas bancárias há duas possibilidades: ou o pedido é feito pelo diretamente à Procuradoria Geral de Justiça do Cantão (no caso em questão, Genebra) ou endereçado ao Ministério da Justiça e Polícia. A fase seguinte seria o consfico e posterior envio de documentos bancários.

O promotor Silvio Marques, de São Paulo, declarou, em entrevista à Rádio Jovem Pan, que “tem provas testemunhais e documentais” de que se trata de dinheiro público oriundo de propina paga por empreiteiras. O promotor disse ainda que a ex-primeira dama Nicéia Teixeira de Camargo “deu autorizações ao procurador geral e a um juiz de Genebra.

O procurador geral de Genebra, Daniel Zapelli, garante que até agora, não tinha ouvido falar no caso. Silvio Marques disse ainda à Jovem Pan que havia pedido o repatriamento do dinheiro mas as três instâncias competentes na justiça suíça negaram ter recebido qualquer pedido, até a tarde de quarta-feira (18/01).

swissinfo, Claudinê Gonçalves

– Em entrevista à Rádio Jovem Pan, de São Paulo, o promotor Silvio Marques revelou a existência de uma conta de um milhão de dólares em um banco de Genebra em nome do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pinta e de sua ex-mulher, Nicéia Teixeira de Camargo.

– O promotor disse ainda que havia solicitado a devolução do dinheiro, que já autorizada pela ex-primeira dama da capital paulista.

– O procurador geral de Genebra, Daniel Zapelli, disse a swissinfo que não foi informado da existência dessa conta.

– O Ministério Público Federal suíço garante que não há qualquer investigação em curso ligada a esse caso.

– O Ministério da Justiça e Polícia também não havia recebido, até a tarde de quarta-feira (18/01) qualquer pedido de colaboração judiciária do Brasil.

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