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Mais recursos para lutar contra o doping

Marc-André Giger, diretor de Swiss Olympic, quer intensificar a luta. Keystone

O Comitê Olímpico Suíço, chamado modernamante de Swiss Olympic, vai investir 1,7 milhão de francos suíços por ano na luta contra o doping no esporte.

A organização que congrega todas as federações esportivas do país pede que as autoridades federais façam o mesmo na futura Agência Nacional Antidoping.

Atualmente, faltam cerca de 2 milhões de francos na luta antidoping na Suíça, para que elaseja realmente eficaz. Swiss Olympic (Comitê Olímpico Suíço) vai investir 1 milhão de francos a mais a partir do ano que vem, para permitir a criação da Agência Nacional Antidoping (ANA) e lança um apelo para que o governo federal complete o orçamento.

“Para atingir um bom nível de qualidade no combate ao doping, são necessários aproximadamente 5 milhões de francos por ano” afirma Marc-André Giger, diretor de Swiss Olympique. Atualmente o orçamento anual é de 3,2 milhões.

Para ir mais rápido, sem esperar uma revisão da lei que adiaria o projeto para 2011, Swiss Olympique resolveu acelerar o projeto e a ANA será operacional a partir de janeiro de 2008. A idéia é estabelecê-la em direito privado (como uma fundação, por exemplo), com uma participação estatal que ainda resta a definir.

Esforço de todos

Como sublinhou Matthias Remund, que dirige a Secretaria Federal do Esporte (OFSPO), a luta antidoping requer esforços coordenados de todos – Estado, atletas, federações, treinadores, opinião pública etc. Não se trata apenas de recursos financeiros, embora eles sejam essenciais.

Prova disso é que Swiss Olympique, por falta de dinheiro, só faz controles de urina e não de sangue. “Começar os testes sanguíneos dentro de alguns meses”, afirma Matthias Kamber, chefe do serviço de prevenção do doping na OFSPO.

A urina continua eficaz na detecção de EPO e anabolizantes, por exemplo. Mas os testes de sangue permitem detectar, por exemplo, os casos de transfusões homólogas, como foi o caso recentemente no ciclismo.

Principalmente maconha

Entre os casos detectados nos últimos anos, muitos são benígnos. A substância mais comum continua sendo o cânhamo: mais de um terço dos casos entre 2000 e 2006, contra somente 18% de anabolizantes.

Mas o número total de controles é muito limitado. Enquanto aumentou muito no plano mundial desde 2003, na Suíça os controles diminuíram: 1.855 em 2006 (18 casos positivos) quando fora de 2.087 em 2005. O objetivo é chegar a 2.500 controles em 2009.

Com a assinatura de um novo contrato com a loteria suíça, Swiss Olympique vai reforçar sua equipe de luta antidoping, atualmente composta de apenas três controladores profissionais e quatro funcionários na secretaria-geral.

Apelo ao governo federal

Na Suíça como em qualquer outro país, certos esportistas são especialmente “visados” pelos controladores. “Os atletas precisam ter a impressão de que podem ser testados em qualquer lugar e a qualquer hora”, explica Matthias Kamber.

No entanto, enviar um controlador ao Kênia ou à Europa do Leste para testar um atleta que treina nesses países custa caro.

“A luta contra o doping só poder dar resultado com um apoio maior do governo federal”, conclui Marc-André Giger. Também é preciso o apoio das federações esportivas, que poderão sofrer sanções financeiras em caso de laxismo.

swissinfo com agências

Dois órgãos são incumbidos do controle antidoping na Suíça: Swiss Olympic e a Secretaria Federal do Esporte.
Em 2006, foram realizados 1.855 controles (2.087 em 2005), dentre eles 828 em competições.
Os esportes mais controlados foram o ciclismo (227), o esqui e o snowboard (166), o triátlon (152), o atletismo (110) e o futebol (100).
O departamento disciplina de Swiss Olympic examinou 18 casos, dentre eles 7 tinham traços de cânhamo. Os atletas foram suspensos por períodos de três semanas a dois anos.

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