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Modelo suíço deve salvar florestas tropicais

Na Indonésia é comum a destruição de florestas para abrir espaço à agricultura. Keystone

170 convidados de 51 países, incluindo a Indonésia, participam desde o início da semana de um encontro para se informar sobre a política de preservação das matas na Suíça.

O modelo, que já existe há cento e cinqüenta anos, é baseado na descentralização, leis rigorosas e distribuição clara de competências.

Nos países tropicais desaparece diariamente uma superfície correspondente a 25 mil campos de futebol. A Suíça também viveu essa mesma situação no século XIX, mas conseguiu resolver o problema. Agora ela quer partilhar sua experiência com outros países.

Nesse sentido foi organizado um seminário consagrado a descentralização no setor florestal. A partir de hoje e até sexta-feira, 170 participantes vindos de 51 diferentes países estarão reunidos em Interlaken, uma cidade suíça localizada nos pés dos Alpes.

“O encontro irá permitir a especialistas do mundo inteiro a trocar idéias e experiências. Seu objetivo não é debater questões jurídicas ou políticas, mas sim definir uma colaboração maior entre os países e elaborar proposições concretas para o Fórum das Nações Unidas sobre as florestas, que se inicia na semana que vem em Genebra”, afirma Philippe Roch, diretor do Departamento Federal de Meio-Ambiente, Florestas e da Paisagem (OFEFP).

O seminário em Interlaken foi organizado por iniciativa da Suíça e da Indonésia, A Suíça dispõe de uma longa experiência em matéria de descentralização e organização federal da gestão de florestas, que suscita um forte interesse internacional.

“As florestas representam uma verdadeira questão global, já que nós dependemos do seu estado de saúde”.

Desmatamento em grande escala

Há 150 anos, as florestas suíças sofreram grandes desmatamentos. Sua recuperação se deu graças à política interna e também ao rigor da lei. A mais antiga delas, em nível federal, foi promulgada em 1876.

Desde o encontro mundial de meio-ambiente no Rio de Janeiro, em 1992, uma colaboração se desenvolve entre os países atingidos pelo problema. O objetivo é desenvolver métodos de trabalho para a exploração sustentada das florestas em nível mundial.

Os países que enviaram representantes para Interlaken detém mais de 70% da superfície florestal mundial.

População motivada

A partir do momento que as populações de áreas florestais participam das decisões e da exploração dos seus recursos, elas se motivam mais pela conservação da natureza.

Por essa razão, observa-se em vários países a tendência de descentralizar a administração dos recursos naturais. Isso ocorre, obviamente, não sem algumas dificuldades, como explica Wahjudi Wardoyo, secretário-geral do Ministério de Florestas do governo da Indonésia.

Em 2001, o país asiático iniciou um processo de descentralização da gerência de suas florestas, que deve terminar até o final da década. Essa mudança não impede, porém, que os desmates ilegais continuem. Mais de 60 milhões de metros cúbicos de madeira (13 vezes a mais do que a produção suíça) são retirados das florestas da Indonésia sem autorização. Ao mesmo tempo, mais de dois milhões de hectares de florestas naturais desaparecem para dar lugar às plantações.

Organizações internacionais e países doadores acreditam que essa realidade deve-se à fraqueza da legislação.

“A história suíça mostrou que a descentralização da gestão de floretas não pode ser feita sem a criação de leis federais e de uma divisão clara de competência entre os diferentes níveis institucionais”, ressalta Roch.

“Hoje em dia essa experiência pode ser útil a países como a Indonésia”.

swissinfo com agências

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