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Farmacêuticas mudam o foco para doenças crônicas dos pobres

Duas décadas depois de terem sido impulsionadas a tomar medidas para combater a AIDS na África, as multinacionais farmacêuticas afirmaram na quarta-feira que irão investir 50 milhões de dólares nos próximos três anos para combater câncer e outras doenças não transmissíveis em países pobres.

Criança albina com câncer de pele na Tanzânia. Keystone

Vinte e duas companhias, dentre elas as suíças Novartis e Roche, assim como Pfizer, Merck, Sanofi e GlaxoSmithKline, irão contribuir com fundos e expertise ao projeto apoiado pelo Banco Mundial.

A chamada “Iniciativa de Acesso Acelerado” foi anunciada durante o encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos. Seu principal objetivo é melhorar tanto o tratamento como a prevenção de doenças.

Severin Schwan, presidente da Roche, o maior fabricante do mundo de medicamentos no tratamento de câncer, afirma que sua empresa e outros já oferecem preços preferenciais para os países em desenvolvimento, mas que os custos eram o único obstáculo.

Países na África, Ásia e América Latina também necessitam de melhoras nos seus sistemas de saúde se os países devem se beneficiar dos últimos desenvolvimentos na medicina.

“Existe muito a fazer para melhorar a infraestrutura de hospitais. Você não pode aplicar tratamentos modernos no combate ao câncer se não dispõe de laboratórios sofisticados”, declarou Schwan à agência Reuters. “Nós vamos institucionalizar a cooperação nessa área.”

O câncer é o foco principal e as farmacêuticas irão trabalhar com a União para o Controle Internacional do Câncer para testar novos diagnósticos e tratamentos em inúmeras cidades no mundo com programas-pilotos.

No passado o foco dos cuidados de saúde nas partes mais pobres do globo era o combate de doenças infecciosas, seja através de campanhas de vacinação, distribuição de medicamentos e redes de proteção contra os mosquitos transmissores da malária.

Hoje, no entanto, as mortes provocadas devido a essas condições declinam. Ao mesmo tempo, a crescente população urbana sofre de doenças como câncer, diabetes, doenças coronárias e de pulmão quando adotam estilos ocidentais de vida.

As doenças não transmissíveis são responsáveis por 70% de todas as mortes no mundo e aproximadamente um quarto delas ocorrem em países de renda baixa e média, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

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