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Newsweek elege Suíça como 2° melhor país do mundo

País com elevada qualidade de vida: corredores às margens do lago de Lugano. Keystone

O conhecido semanário americano Newsweek acaba de publicar um estudo sobre os melhores países do mundo. Este situa a Suíça no segundo lugar, com 89 pontos (o máximo é 100), logo depois da Finlândia.

A publicação atribui a cada suíço uma renda média per capita de 56.400 dólares em 2009. Os classificados seguintes são Suécia, Austrália, Luxemburgo, Noruega e Canadá.

O relatório, que inclui 100 países dos cinco continentes, se divide em cinco grandes categorias: educação, saúde, qualidade de vida, dinamismo econômico (a abertura da economia de um país e a amplitude do seu setor empresarial) e a situação política.

Em um artigo que acompanha o estudo, o intelectual norte-americano Andrei Codrescu analisa os primeiros colocados no ranking e afirma que a Suíça compartilha uma história similar com a Finlândia. Uma grande parte do bem-estar finlandês é o resultado de sua reputação histórica de coragem e diplomacia, pois sempre teve que lutar e apaziguar russos e alemães.

Os Alpes, bons à saúde

“A Suíça, situada geograficamente entre potências beligerantes, era muito cobiçada por seus vizinhos franceses, alemães, austríacos e italianos. Os Alpes suíços são muito bons para a saúde, os bancos helvéticos são (ou eram até recentemente) um lugar muito bom para depositar as fortunas e sua autodenominada “neutralidade” converteu-a em um lugar excelente para os combatentes inimigos fazerem seus negócios”, explica Codrescu à Newsweek.

Todas essas razões, combinadas com uma boa reputação pela bravura marcial, permitiram aos suíços o crescimento, acrescenta ainda o escritor de origem romena.

Assim, no item de educação, a Suíça ocupa o sexto lugar com 93,74 pontos. O estudo avaliou a eficácia global do sistema e a diferença com os países em vias de desenvolvimento, assim como o desempenho escolar. A Suíça apresenta uma taxa de alfabetização de 99% e uma média de 14,8 anos de educação. A Finlândia e o Canadá tiveram as melhores notas em “educação”.

Saúde de “ferro”

Quanto à “saúde”, a Suíça é o quinto país do mundo com 97,59 pontos de 100. Aqui, destaca-se o fato que a expectativa de vida dos suíços é de 75 anos. Só o Japão conseguiu valores maiores nesse item, elaborado com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No que concerne a qualidade de vida, a Suíça é mais uma vez a segunda colocada, com uma pontuação de 94,15. Assim ela fica apenas atrás da líder Noruega, que teve 98,45 pontos. Nesse item são avaliados pontos como a desigualdade de renda familiar e a desigualdade entre os sexos em termos de desenvolvimento econômico, saúde, educação e política de gênero.

Na Suíça, apenas 1,99% da população vive com menos de dois dólares diários. E quanto ao consumo privado per capita, cada helvético gasta uma média de 36.100 dólares. A taxa de homicídios é realmente baixa e chega a 0,6 por cada 100.000 habitantes. Em saúde ambiental – que significa o índice de contaminação no ar e na água – a Suíça ganha 92,3 pontos.

Finalmente, e para finalizar o item da qualidade de vida, Newsweek indica que a taxa de desemprego se situa em 4,4% da população ativa.

Dinamismo econômico

Em termos de dinamismo econômico, o relatório coloca a Suíça em sétimo lugar com 71,36 pontos de um total de 100. Singapura, Estados Unidos e Coreia do Sul lideram esse ranking.

A Suíça também chega a 41.700 dólares por pessoa em crescimento de produtividade, uma cifra que é obtida com o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos últimos dez anos e a taxa de crescimento durante os próximos dez anos.

No que diz respeito à independência da economia nacional em relação à agricultura e os recursos naturais, a revista americana outorga ao país dos Alpes a taxa de 70%.

A Suíça atinge 5,56 pontos (em uma escala de 0 a 10) no item “inovação”, que premia a vontade de investir em novos conhecimentos. Nesse cálculo se incluem muitas variáveis como a qualidade da pesquisa científica, o gasto das empresas em pesquisa e desenvolvimento, a colaboração entre as universidades e a indústria, a utilização pelo Estado de produtos de tecnologia avançada, a disponibilidade de cientistas e engenheiros, as patentes e a proteção da propriedade intelectual. São todos os fatores levados em conta na avaliação de produtividade global do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

No item “facilidade para fazer negócios”, a Suíça é a 21º colocada de um total de 183 países, segundo dados do Banco Mundial. Nela são necessários três anos para julgar uma falência nos tribunais, por exemplo. Outro dado curioso: na Suíça, 20 dias uteis de trâmites são necessários para a abertura de um novo negócio ou empresa.

Ambiente político

Nos últimos cinco itens relacionados ao ambiente político e avaliados pela Newsweek, a Suíça apresenta seu pior resultado. Ela fica “apenas” na 11° posição, com 89,74 pontos. Suécia, Noruega, Holanda e a Nova Zelândia lideram esse ranking.

Neles são analisados os processos eleitorais, a participação política, o funcionamento do governo, a liberdade de expressão e de crença, de associação, o Estado de Direito, a autonomia pessoal e os direitos individuais.

A participação política na Suíça recebeu 7,78 pontos (de 10), e a estabilidade política 89 pontos de 100.

Iván Turmo, swissinfo.ch
(Adaptação: Alexander Thoele)

O trabalho completo da revista inclui estatísticas de distintos órgãos internacionais como o Banco Mundial, a CIA nos EUA, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fórum Econômico Mundial (WEF), as Nações Unidas (ONU), a Universidade de Yale, o “Freedom House’”, o índice de democracia da revista britânica “The Economist’”, entre outros.

Os Estados Unidos ficaram na 11° posição do ranking, a Alemanha (12°), a Grã-Bretanha e a França em 16°.

Os três piores países segundo a classificação: Nigéria, Camarões e Burkina Faso, no continente africano.

A pesquisa qualificou a Finlândia como o país com o melhor sistema de educação. Já o Japão tem o melhor sistema de saúde. A Noruega teria a melhor qualidade de vida.

Cingapura é líder em termos de desenvolvimento econômico e a Suécia, o melhor país em termos de estabilidade política.

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