Otimismo é moderado em relação ao Brasil
Após dois dias de reuniões em Brasília, participantes da missão econômica suíça têm diferentes análises do encontro entre os dois países.
O ministro da Economia Joseph Deiss e alguns empresários são mais otimistas. Outros dizem que os contatos foram interessantes, mas que as mudanças podem levar anos.
“O presidente Lula é um amigo da Suíça e já esteve duas vezes em nosso país, em Davos e em Lausanne durante o encontro do G-8. Eu o convidei para a Cúpula da Informação, em dezembro, em Genebra, e para uma visita oficial à Suíça, em 2005.”
Em 2005, Deiss será o presidente da Suíça no sistema rotativo em que cada um dos sete ministros ocupam a presidência durante um ano.
A declaração foi feita pelo ministro Deiss, no final do encontro de uma hora com o presidente Lula, em Brasília, segunda-feira à tarde. A imprensa não teve acesso à audiência mas a swissinfo apurou que, no início, ambos estavam tensos mas que o ambiente tornou-se rapidamente mais descontraído.
Presente esportivo
Antes do final do encontro, Deiss presenteou Lula com uma camisa nº 10 da seleção suíça, com o nome do presidente nas costas. Ao entregar o presente o ministro suíço disse a Lula que “a Suíça é um país emergente no futebol”.
Durante a reunião, os dois chefes de Estado falaram principalmente sobre a agricultura, um dos principais temas na reunião da OMC, em Cancún (de 10 a 14 próximos). Ao mesmo tempo, os dois debateram sobre o papel cada vez mais importante de liderança regional que o Brasil vem exercendo e de dois acordos pendentes negociados há anos entre os dois países sobre a dupla imposição de impostos e proteção de investimentos.
No encontro com Lula, Deiss estava acompanhado por quatro pessoas, dentre elas um representante do grupo de empresários que faziam parte da delegação suíça. Também estavam presentes o secretário-geral do Itamarati, Samuel Pinheiro Guimarães e os ministros da Economia, Antonio Palocci, e do Desenvolvimento, Comércio e Indústria, Luiz Fernando Furlan, convocados pelo presidente Lula.
A presença dos dois ministros foi interpretada pelos suíços como um “sinal positivo”, pois a delegação já havia sido recebida pelos ministros Palocci e Furlan, separadamente.
Empresários suíços no Brasil
Alexandre Jetzer, representante dos empresários no encontro com Lula e membro do conselho de administração da Novartis, considera que o Brasil está buscando aliados para discutir assuntos multilaterais.
O presidente da Federação da Indústria Relojoeira Suíça, Jean-Daniel Pasche, acha que os encontros de Brasília foram úteis ,mas que “não será do dia para a noite que o governo modificará as tarifas aduaneiras, que estão tornando inviáveis as exportações para o Brasil”.
O embaixador da Suíça no Brasil, Jürg Leutert, disse a swissinfo que “ficou surpreso com a cordialidade” das autoridades brasileiras frente a delegação suíça.
swissinfo, Claudinê Gonçalves, Brasília
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