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Patrões propõem corte drástico nas depesas públicas

Ueli Forster, presidente de Economiasuíça e empresário do setor têxtil Keystone Archive

Aumentar a idade da aposentadoria para 68 anos, reduzir depesas com educação e pesquisa e privatizar rodovias são algumas das 300 propostas da Economiasuíça, principal organização patronal do país.

A chegada da direita ao poder na maioria dos países europeus parece ter contaminado os patrões suíços. A ofensiva da principal organização patronal do país contra as conquistas sociais tem até um tom de provocação.

Todos os setores

O problema é que a associação patronal, como em qualquer lugar, é muito influente politicamente e as propostas são vistas como tendência política para os próximos anos.

Em sua coletiva anual à imprensa, Economiasuíça apresentou um catálogo de 300 propostas para estimular a economia, melhorar a competitividade e conter as despesas públicas. O objetivo é reduzir o crescimento de despesas públicas a 1,8% ao ano, quando a previsão atual é de 4%.

As reinvindicações do patronato abrangem todos os setores, do exército à agricultura, dos transportes à educação e saúde. Querem cortar subsídios à agricultura biológica, privatizar rodovias e criar pedágios, limitar o orçamento do exército, aumentos os prêmios dos seguros de saúde, reduzir a ajuda aos países em desenvolvimento.

Duas propostas, no entanto, suscitam muita polêmica. Aumentar a idade mínima da aposentadoria para 68 anos, como forma de sanear o sistema de aposentadoria mínima. Atualmente ela é de 65 anos para homens e 64 para mulheres.

Base de discussões

A outra é reduzir o orçamento da educação e da pesquisa científica, justamente o contrário do que vem sendo feito nos países industrializados. Querem também introduzir um exame vestibular para entrar nas universidades e congelar a contratação de professores.

O diretor da Escola Politécnica Federal de Lausanne, por exemplo, Patrick Aebicher, reagiu imediatamente afirmando que “a educação e a pesquisa são o melhor investimento para o futuro”.

Ponderando as propostas, o presidente da Economiasuíça, Ueli Forster, declarou que “trata-se de uma base de discussões para uma reforma das despesas públicas e não de exigências”.

Para a União Sindical Suíça, principal central sindical do país, as propostas do patronato “são irrealizáveis e seu único objetivo é reduzir o imposto direto e manter a pressão sobre a seguridade social”.

swissinfo com agências

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