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O que diz a imprensa suíça?

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KEYSTONE/SALVATORE DI NOLFI

Nesta semana, de 6 a 12 de abril de 2024, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal e África lusófona.

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Gigantes da moda H&M e Zara são acusadas de estarem ligadas ao desmatamento ilegal no Brasil 

Em um relatório, a ONG britânica Earthsight acusa as marcas de roupas H&M e Zara de estarem “ligadas” ao desmatamento ilegal em larga escala no Brasil, à apropriação de terras, à corrupção e à violência nas plantações de algodão de propriedade de seus fornecedores terceirizados. 

Usando imagens de satélite, decisões judiciais, registros de remessa de produtos e investigações secretas, a Earthsight compilou e analisou dados publicados na quinta-feira em um relatório intitulado “Fashion Crimes: European fashion giants linked to dirty cotton from Brazil” (Crimes da moda: gigantes da moda europeus ligados ao algodão sujo do Brasil). 

A ONG afirma ter rastreado 816.000 toneladas de algodão de duas das maiores empresas agroindustriais do Brasil – a SLC Agrícola e o Grupo Horita – no oeste do estado da Bahia. 

Fonte: RTSLink externo, 11.04.2024 (em francês) 

Igreja em Portugal indenizará vítimas de abuso sexual 

Após quatro dias de debate, os bispos portugueses concordaram com uma “compensação financeira”. Uma decisão saudada como “histórica” por alguns, mas não apoiada unanimemente por todos os fiéis. 

Paulo João Santos, editor adjunto do jornal mais lido de Portugal, escreveu em um editorial no Correio da Manhã na quinta-feira que “o momento da verdade” estava próximo e que ele esperava que seu país muito observador – onde 80% da população com mais de 15 anos se identifica como católica – finalmente aderisse, como alguns outros antes dele, às exigências de indenização das vítimas de abuso sexual na Igreja. “Devemos esperar que a Igreja dê esse passo”, escreveu ele, “um pouco tarde, mas certo”. “Adiar o problema” seria “inaceitável”, insistiu ele. 

O editorialista, mas acima de tudo as vítimas e as organizações que as apoiam, foram claramente ouvidas. Poucas horas depois, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou em um comunicado à imprensa a criação de um fundo, “com a contribuição solidária de todas as dioceses”, para compensar financeiramente as vítimas de abuso sexual de menores dentro da Igreja. Os pedidos de indenização devem ser apresentados entre junho e dezembro deste ano, e o valor será decidido posteriormente, caso a caso. O anúncio foi feito na cidade santuário de Fátima, no centro do país, onde os bispos de Portugal estavam reunidos desde segunda-feira para discutir essa questão, entre outras. 

Fonte: Le TempsLink externo, 11.04.2024 (em francês) 

O imperialismo suíço no Brasil ditatorial 

Em 31 de março de 1964, o presidente reformista brasileiro João Goulart foi derrubado por um golpe militar liderado por círculos industriais, financeiros e da mídia, com o apoio dos Estados Unidos. Em uma época em que a Guerra Fria estava em curso, sua remoção do cargo foi um impulso bem-vindo para os investidores estrangeiros, incluindo a Suíça. Uma visão geral dos interesses econômicos suíços no Brasil da ditadura. 

Milhares de brasileiros saíram às ruas para comemorar os sessenta anos do golpe de Estado e do regime militar que se manteve no poder até 1985. O objetivo era homenagear as milhares de vítimas da ditadura e denunciar os crimes cometidos em seu nome, bem como denunciar a anistia geral de 1979, que protegeu os criminosos. Esse triste aniversário oferece uma oportunidade de analisar um aspecto pouco conhecido de um capítulo sombrio da história brasileira: a maneira como os círculos governantes suíços, ferozmente anticomunistas, apoiaram e lucraram com essa ditadura durante vinte e um anos. 

Para os líderes da Suíça, os riscos eram altos. Em 1964, a Suíça era o terceiro maior investidor no Brasil. Diversas subsidiárias de grandes grupos suíços haviam se instalado no país, obtendo lucros vantajosos nos setores farmacêutico (Hoffmann-La Roche, Ciba, Sandoz), alimentício (Nestlé), de máquinas e equipamentos (Sulzer; Brown Boveri, atual ABB) e de cimento (Holderbank, atual Holcim). Durante a ditadura militar, as relações econômicas entre os dois países se fortaleceram consideravelmente. Dez anos após o golpe, as exportações suíças para o Brasil aumentaram 286% em termos reais. Assim como o comércio, os investimentos diretos e os empréstimos dos bancos suíços aumentaram com o endurecimento do regime até o final da ditadura, aprofundando um desequilíbrio já significativo nas relações bilaterais. 

Fonte: Le CourrierLink externo, 08.04.2024 (em francês) 

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Moderador: Matthew Allen

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 19 de abril. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

Até a próxima semana!

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