The Swiss voice in the world since 1935

Portugueses compram mais carros elétricos

Veículo elétrico sendo abastecido
A venda de carros elétricos caiu na Suíça em 2024. KEYSTONE/DPA/Hendrik Schmidt

Na semana em que a Suíça se viu ultrapassada por Portugal nas vendas de carros elétricos, reflexões sobre os países de língua portuguesa ganharam destaque na imprensa suíça.

De 28 de dezembro de 2024 a 03 de janeiro de 2025, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal ou África lusófona.

Mostrar mais

Carros elétricos: Portugal ultrapassa a Suíça

Pela primeira vez em anos, a Suíça registrou uma queda nas vendas de carros elétricos, saíndo pela primeira vez do top 10 e ultrapassada por Portugal.

A proporção de carros elétricos vendidos caiu de 20,9% em 2023 para 19,3% em 2024, e a participação combinada de elétricos e híbridos plug-in atingiu cerca de 27%. Essa retração pode comprometer a meta do governo de alcançar 50% de veículos eletrificados entre os novos registros até 2025.

A Swiss Emobility, associação de lobby do setor, descreveu o declínio como “previsível”, apontando como fatores o imposto de importação de veículos elétricos introduzido em 2024 e a ausência de novas pressões regulatórias para redução de emissões. Apesar dos 20.000 pontos de recarga públicos existentes, o desenvolvimento de estações domésticas ainda enfrenta desafios.

Tesla liderou as vendas de 2024 com o Model Y, que superou as 6.500 unidades, seguido por modelos como Škoda Enyaq e Volvo EX30. A expectativa para 2025 é de crescimento, impulsionado por limites de emissão mais rígidos e a chegada de novos modelos ao mercado. O artigo foi produzido por agências de notícias e publicado em diversos veículos de imprensa suíços, incluindo o portal 20 Minutos, o mais lido do país.

Fonte: 20min.ch em 02.01.2025Link externo (em alemão)

Poderosa Paula Rego

O portal Republik, especializado em jornalismo investigativo, publicou um artigo detalhando a relevância atual da obra de Paula Rego, artista portuguesa conhecida por usar a arte como resistência política. Suas pinturas frequentemente retratam mulheres em situações complexas, expondo as opressões do patriarcado e a violência institucional. A exposição no Kunstmuseum Basel destaca como sua trajetória, moldada pela ditadura de Salazar, transformou a arte em uma ferramenta de denúncia social e feminista.

Paula Rego desafiou a ordem patriarcal ao criar obras que colocam mulheres no centro, explorando sua materialidade e resistência. Suas personagens, tanto vulneráveis quanto ferozes, refletem a luta contra violências de gênero e normas opressoras. Temas como abortos ilegais, hierarquias de poder e abuso doméstico aparecem em suas obras, revelando contradições e brechas no sistema patriarcal e apontando para a necessidade de mudança.

A obra de Rego permanece atual em um contexto global de ameaças aos direitos femininos. Ela transforma a dor e a resistência das mulheres em um grito artístico de autonomia e denúncia, como nas séries sobre abortos clandestinos, que influenciaram debates políticos em Portugal. Seu legado é um lembrete poderoso de que a arte pode ser uma arma contra a injustiça e um chamado contínuo à luta feminista.

Fonte: Republik.ch em 02.01.2025Link externo (em alemão)

Brasil: pior registro de incêndios em 17 anos

Em 2024, a floresta amazônica brasileira enfrentou o pior cenário de queimadas desde 2007, com 140.328 focos detectados, um aumento de 42% em relação a 2023. A seca prolongada e incêndios deliberados foram os principais responsáveis pelo fenômeno, mesmo com uma redução histórica no desmatamento.

Redução do desmatamento em meio a queimadas
Apesar do recorde de incêndios, o desmatamento na Amazônia caiu mais de 30% entre agosto de 2023 e agosto de 2024, atingindo o menor nível em nove anos. O governo Lula prioriza a preservação da floresta e se prepara para sediar a COP30 em Belém em novembro de 2025.

Impactos das mudanças climáticas
A severa seca que atingiu a região foi intensificada pelas mudanças climáticas e pelo fenômeno El Niño. Nuvens de fumaça causaram poluição significativa em grandes cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, evidenciando os efeitos de eventos extremos.

Incêndios intencionais predominam
Especialistas apontam que a maioria dos incêndios foi provocada para limpar áreas destinadas à agricultura. Ainda assim, a seca amplificou os impactos, agravando a situação de degradação ambiental na floresta.

Riscos à função climática da Amazônia
Cientistas alertam que a continuidade do desmatamento ameaça transformar a Amazônia em uma emissora líquida de carbono, acelerando o aquecimento global e comprometendo seu papel vital no equilíbrio climático do planeta.

Fonte: Le Nouvelliste em 02.01.2025Link externo (em francês)

Réveillon em Copacabana: 2,5 milhões de pessoas

O portal Bluewin, pertencente ao grupo de telecomunicações suíço Swisscom, ressaltou a grandiosidade das celebrações de Ano Novo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, um evento que atrai atenção internacional e interessa ao público suíço. A prefeitura carioca estima que 2,5 milhões de pessoas participarão das festividades, que incluem uma queima de fogos icônica e shows de artistas renomados como Anitta, Ivete Sangalo, e os consagrados Caetano Veloso e Maria Bethânia.

Além do espetáculo cultural, a reportagem destacou o reforço na segurança, com a mobilização de 3.300 policiais, drones, câmeras com reconhecimento facial e detectores de metais. O evento também movimentará a economia local, com uma previsão de 3,2 bilhões de reais (452 milhões de francos suíços) injetados no turismo e no comércio.

Como parte da tradição afro-brasileira, muitos foliões vestem branco para celebrar a chegada do novo ano. O clima de esperança foi representado pela turista Carol Mendes, que resumiu o espírito do evento ao desejar um 2025 de “paz, humanidade e empatia”.

Fonte: Bluewin.ch em 31.12.2024Link externo (em francês)

Miséria da América Latina: o imposto oculto do crime

A análise do portal Finanz und Wirtschaft destaca o grave impacto do crime violento na América Latina e no Caribe (ALC), não apenas em termos sociais, mas também econômicos. A região, considerada a mais violenta fora de zonas de guerra, enfrenta perdas anuais estimadas em 3,4% do PIB – aproximadamente US$ 192 bilhões – devido a custos relacionados ao crime. Este valor é equivalente a 78% dos gastos em educação na região e o dobro do investido em programas de bem-estar social.

Custo econômico e social do crime Os assassinatos, aplicação da lei e medidas de segurança representam grande parte dessas perdas, enquanto efeitos indiretos, como perda de investimentos estrangeiros, evasão escolar e saída de mulheres do mercado de trabalho, agravam ainda mais a situação. A falta de confiança nas instituições e entre cidadãos, além da destruição ambiental promovida por organizações criminosas, compromete o desenvolvimento sustentável.

Perspectivas de mudança Segundo o estudo, reduzir a taxa de criminalidade para níveis comparáveis a países europeus poderia liberar cerca de 1% do PIB, equivalente a US$ 57 bilhões, destinados a iniciativas de fortalecimento comunitário. Políticas baseadas em evidências, como programas de policiamento estratégico no Brasil, já demonstraram resultados promissores, com reduções significativas nos índices de homicídio.

Ação coordenada e colaboração regional A análise enfatiza a importância de respostas regionais coordenadas. Redes criminosas transnacionais requerem maior cooperação entre países da ALC. A Aliança para Segurança, Justiça e Desenvolvimento, liderada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outros parceiros, busca desenvolver estratégias conjuntas baseadas em evidências.

Conclusão Apesar dos desafios, a análise ressalta o potencial extraordinário da região, rica em biodiversidade, recursos minerais e capacidade agrícola. Esforços colaborativos para fortalecer instituições e implementar políticas eficazes podem transformar a narrativa da ALC, promovendo crescimento econômico e aumento da qualidade de vida.

Fonte: Finanz und Wirtschaft em 30.12.2024Link externo (em alemão)

Suíços no exterior: o sonho de viver em outros países

Ulrich Schubert, um suíço natural de Basileia, decidiu emigrar para Angola, o país onde passou parte de sua infância com sua família. Para ele, essa mudança representou um retorno às suas raízes e um reencontro com um lugar que marcou seus primeiros anos de vida. Embora muito tenha mudado desde então, Schubert encontrou em Angola uma nova oportunidade de se reconectar com o passado e construir um futuro.

A decisão de Schubert faz parte de uma tendência maior entre suíços que buscam uma vida no exterior por diferentes razões, como amor, desafios profissionais ou o desejo de viver em climas mais quentes. Angola, para Schubert, não foi apenas uma escolha de destino, mas também um símbolo de continuidade e pertencimento, algo que ele sempre desejou manter desde sua infância.

Essa história integra uma série de relatos publicados pelo Blick sobre emigrantes suíços que deixaram sua terra natal em busca de sonhos, novos lares e vidas marcadas por aventura e transformação. Assim como Schubert em Angola, outros suíços exploram o mundo, encontrando novos significados e perspectivas em suas jornadas.

Fonte: Blick.ch em 29.12.2024Link externo (em alemão)

Participe do debate da semana:

Mostrar mais

Debate
Moderador: Geraldine Wong Sak Hoi

Qual tema da diplomacia suíça você gostaria de ver no nosso site?

A neutralidade é um pilar da diplomacia suíça, mas nem sempre bem compreendida. Ex.: Putin acusou a Suíça de romper neutralidade ao sancionar a Rússia, mas isso já ocorreu antes. O que mais devemos explorar? Opine!

6 Curtidas
5 Comentários
Visualizar a discussão

Se você tem uma opinião, crítica ou gostaria de propor algum tema, nos escreva. Clique AQUI para enviar um e-mail.

Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 10 de janeiro. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

Até a próxima semana!

Conteúdo externo
Não foi possível salvar sua assinatura. Por favor, tente novamente.
Quase terminado… Nós precisamos confirmar o seu endereço e-mail. Para finalizar o processo de inscrição, clique por favor no link do e-mail enviado por nós há pouco
Nossa newsletter sobre o que a imprensa suíça escreve sobre o Brasil, Portugal e a África lusófona.

Um resumo das notícias e opiniões mais recentes publicadas em jornais, revistas e portais da Suíça.

Toda semana

A política de privacidade da SRG SSR oferece informações adicionais sobre o processamento de dados. 

</span

Mais lidos

Os mais discutidos

Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR