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Ueli Maurer é o novo membro do governo suíço

A prestação de juramento do novo ministro Ueli Maurer. Keystone

A Assembléia Federal (Câmara e Senado) elegeu quarta-feira (10) Ueli Maurer para suceder a Samuel Schmid, no Ministério da Defesa, Proteção Civil e Esportes.

Candidato oficial da direita nacionalista, Maurer foi eleito no terceiro turno com maioria de apenas um voto (122). A esquerda (socialistas e verdes) e parte do centro votaram em outro UDC, Hansjörg Walter, que obteve 121 votos.

A União Democrática do Centro (UDC, direita nacionalista) volta a integrar o Conselho Federal, o governo federal suíço, um ano depois da não reeleição de seu líder, Christoph Blocher.

Ele também era candidato oficial do partido, mas retirou a candidatura após o primeiro turno para dar mais chances a Ueli Maurer. Ex-presidente da UDC, este é fiel à linha de Blocher, da ala mais conservadora do partido.

“Minha eleição é um ponto positivo para nosso sistema político e para a concordância”, afirmou Maurer minutos depois da eleição. “Estou feliz que os eleitores do nosso partido estejam novamente representados no governo”, acrescentou.

Ueli Maurer vai substituir Samuel Schmid, demissionário, no Ministério da Defesa, População e Esportes (DDPS).

Eleição com suspense

Houve um certo suspense sobre essa eleição. A tentativa de eleger Hansjörg Walter – deputado federal UDC que não era candidato oficial do partido – votado pela esquerda e uma parte do centro, quase deu certo. Walter, presidente da União Suíça de Agricultores (USP) havia dito ele próprio que não era candidato e não aceitaria a eleição.

Havia ainda a candidatura do senador Luc Recordon, do Partido Verde, apenas simbólica e que obteve apenas 11 votos.

Obrigação de colegialidade

Clone de Christoph Blocher para uns, suficientemente emancipado para outros, Ueli Maurer deverá conseguir onde seu mentor fracassou: passar de líder agressivo da oposição a membro do governo que funciona à base de consenso.

O resultado extremamente apertado da eleição soa como uma advertência que pode comprometer sua reeleição na próxima reeleição dos sete ministros que formam o Conselho Federal, em 2011.

Na UDC, o presidente Toni Brunner saudou um primeiro passo para restabelecer o sistema de concordância, depois de um ano em que seu partido ficou na oposição. Ele declarou também que a UDC se estima sub-representada no governo e reivindicou um segundo ministério.

A esquerda estima que mandou uma mensagem à UDC de que não aceitará a imposição desse partido, afirmou o presidente do Partido Socialista, Christian Levrat. Ele advertiu que os que elegeram Ueli Maurer – e principalmente os radicais (direita) e democratas cristãos (PDC, centro-direita) devem assumir a responsabilidade de seus atos. O presidente do Partido Verde, Ueli Leuenberger, disse que o voto da esquerda foi claramente de desconfiança.

Direita é pela concordância

Quanto aos partidos chamados burgueses, eles dizem prontos a assumir essa eleição. Trata-se de “um sinal positivo para a concordância”, declarou o presidente do Partido Radical (PRD, direita), Fulvio Pelli. “Queremos que a UDC volte ao governo para garantir a concordância no governo federal”, explicou.

O presidente do Partido Democrata Cristão (PDC, centro-direita), Christophe Darbellay, defendeu a mesma linha. Ele também diz que a eleição de Ueli Maurer é um passou para voltar ao sistema de concordância no governo e afirma ter confiança na capacidade do novo ministro de trabalhar com os outros membros do governo.

swissinfo com agências

No início de cada legislatura, o novo Parlamento se reúne para eleger os sete membros do Conselho Federal, o governo federal suíço. Se não há demissões de um ou de vários ministros, trata-se simplesmente de uma reeleição.

Somente em quatro ocasiões, o Parlamento não confirmou um ministro em seu cargo: em 1854, 1872, 2003 e 2007. Um ano atrás, de fato, o membro da UDC, Christoph Blocher, não foi reeleito e o Parlamento elegeu em seu lugar Eveline Widmer-Schlumpf, também da UDC, que posteriormente foi excluída do partido.

Quando um ministro decide sair do governo durante a legislatura, seu partido propõe um ou mais candidatos oficiais. É excepcional que o Parlamento escolha outro nome. Foi o caso em 2000, quando os parlamentares elegeram Samuel Schimid e não dois outros candidatos apresentados pela UDC.

O Parlamento elege, mas não pode depor um ministro, assim como o governo não pode dissolver o Parlamento.

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