Produtor de canábis fez greve de fome
O Parlamento vai votar brevemente a legalização da maconha mas um dos maiores produtores do país precisou fazer dois meses e meio de greve de fome para ser liberarado da prisão preventiva.
Natural da região do Valais, sudoeste da Suíça, o agricultor Bernard Rappaz foi preso em novembro do ano passado, depois da polícia ter encontrado 50 toneladas de maconha estocadas em sua propriedade.
Rentável para os agricultores
O cultivo de espécies de canábis de baixa toxicidade é permitido na Suíça. Utilizada principalmente na produção de óleo e têxteis, essa cultura é tida inclusive como alternativa para aumentar a rentabilidade da agricultura.
Rappaz é acusado de vender outras drogas, além de artigos derivados da canábis, e foi libertado sexta-feira, 25, depois de dois meses e meio de greve de fome na prisão.
Ícone da legalização
O caso teve grande destaque na imprensa suíça. Primeiro porque Rappaz é velho defensor da liberalização da maconha e essa não foi a primeira vez que esteve preso. Mas, sobretudo porque ele e muitos outros acabaram tendo razão porque o consumo está prestes a ser descriminado na Suíça.
Motivos para a legalização
O projeto de lei sobre descriminação do consumo das drogas leves praticamente não teve oposição e será enviado brevemente ao Parlamento. Na defesa do projeto, o governo afirma que a repressão fracassou e que a lei precisa se adaptar à realidade.
Estima-se que 700 mil pessoas na Suíça consomem maconha regularmente e que o consumo moderado da substância não causa maiores danos à saúde como o tabaco e o álcool.
Preocupações do governo
Sensível às preocupações dos países vizinhos, o projeto estabeleceu restrições:
– não será permitido nenhum tipo de publicidade ligada ao consumo de canábis;
– a venda acontecerá em alguns estabelecimentos autorizados, em pequenas quantidades, e somente para maiores de 18 anos.
swissinfo com agências
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