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Senderos: “Jogar contra o Brasil seria incrível”

Philippe Senderos, um dos líderes da seleção suíça. Keystone

Em entrevista à swissinfo.ch, o zagueiro suíço Philippe Senderos fala sobre a partida de estreia na Copa contra a Espanha, seu país de origem, e a expectativa de um eventual confronto com o Brasil nas oitavas de final.

Com apenas 25 anos de idade, Senderos é um dos veteranos da seleção suíça. Conhecido no futebol inglês como a “Guarda Suíça em campo”, é um esteio e líder de sua equipe e desfruta da plena confiança do técnico.

Desde sua estreia em 2005, o zagueiro central disputou 38 jogos e marcou 5 gols pela “Nati”, como é chamada a seleção suíça. No Mundial de 2006, o primeiro de sua carreira, entrou para a história do futebol suíço pela imagem da cabeça ensanguentada, após marcar um gol contra Coreia do Sul.

O jogador com raízes espanholas e sérvias, nascido em Genebra, tem contrato desde 2003 com o Arsenal de Londres, mas foi emprestado nas últimas temporadas: primeiro ao Milan (Itália) e depois ao Everton (Inglaterra), clubes pelos quais, no entanto, disputou poucos jogos.

Apesar disso, o técnico da Suíça, Ottmar Hitzfeld, confia muito no potencial e na dedicação de Senderos. O treinador alemão espera que os treinos preparativos ao Mundial permitam ao zagueiro recuperar a forma física e o ritmo de jogo.

Seus dois gols contra Luxemburgo facilitaram a classificação da Suíça para o Mundial na África do Sul, na revanche suíça após a derrota vexaminosa contra os luxemburgueses na partida de ida, em Zurique (2 a 1).

Senderos também teve um papel determinante na última partida contra Israel (0 a 0, em Basileia), que garantiu à Suíça o primeiro no Grupo 2 europeu das eliminatórias, Grupo 2, com 21 pontos conquistados em 10 partidas e um saldo de 18 gols marcados contra 8 tomados.

swissinfo.ch conversou com Senderos em Berna, na “Noite do Futebol Suíço” (24/5), antes da partida da seleção para a concentração em Crans-Montana, nos Alpes do cantão do Valais (sudoeste do país).

swissinfo.ch: Você tem raízes espanholas e o primeiro adversário da Suíça no Mundial será a Espanha. O que significa este jogo para você?

Philippe Senderos: Sem dúvida, será uma partida muito especial para mim. Tenho muitos familiares e parentes na Espanha e será a primera vez que vou enfrentá-los.

swissinfo.ch: O que os espanhóis devem esperar da seleção suíça? Talvez uma ‘Guarda Suíça’, como como você foi chamado na liga inglesa?
P.S: Eles têm que esperar uma partida difícil. Vamos dar o máximo de nossas capacidades e também será a primera partida para eles nesta grande competição. Penso que será um jogo muito complicado para eles.

swissinfo.ch: Na seleção helvética há muitos jogadores jovens. Você já disputou a Copa de 2006 na Alemanha. Esta experiência é decisiva num Mundial?
P.S: Não creio que seja decisiva. Mas é certo que esta experiência é muito importante. Cada partida disputada no âmbito internacional ou mundial é fundamental. O que levas dentro de ti te ajuda na próxima partida. Depois, se enfrentas grandes jogadores como David Villa, Fernando Torres o ‘Cesc’ Fábregas ou quase toda a equipe da Espanha, não podes prever nunca o que vão fazer. Por isso, há que se preparar o máximo possível para estar pronto no dia da partida.

swissinfo.ch: Se o Mundial começasse amanhã, a seleção suíça já estaria preparada?
P.S: Todavia precisamos treinar mais. Ainda bem que podemos treinar mais de uma semana em Crans-Montana e disputar duas partidas de preparação (N.d.R.: contra a Costa Rica em Sion e contra Itália em Genebra) antes de viajar à África do Sul. Estas partidas vão nos ajudar a nos entrosar e a fixar as posições em campo.

swissinfo.ch: Qual é seu sonho pessoal para esta Copa?
P.S: Meu objetivo é poder jogar todas as partidas do Mundial e ir mais longe do que na última vez. Em 2006, perdemos contra Ucrânia (N.d.R.: 0 a 3 nos pênaltis nas oitavas de final). Foi uma oportunidade muito grande que, afinal, deixamos escapar. Desta vez, vamos aprender com o que passou para poder fazê-lo melhor.

swissinfo.ch: Se a Suíça passar da primeira fase do torneio, poderá enfrentar o Brasil, Portugal ou a Costa do Marfim nas oitavas. Você tem alguma preferência?
P.S: (Risos). Não tenho nenhuma preferência, são todos grandes adversários. Mas jogar contra o Brasil na Copa do Mundo seria incrível.

swissinfo.ch: Quanto ao seu futuro, já sabe em qual clube jogará na próxima temporada?
P.S: Ainda não tenho ideia e deixo as portas abertas para o que possa surgir. Só posso esperar e estou muito tranquilo. Limito-me a fazer meu trabalho e veremos o que vem. Gosto da Inglaterra, mas se vier uma proposta interesante de outro país, digo desde já que mantenho as portas abertas.

Geraldo Hoffmann e Iván Turmo, swissinfo.ch

Data e lugar de nascimento : Genebra, 14 de fevereiro de 1985
Posição : zagueiro central

Equipes : Servette, de Genebra (2001-2003), Arsenal desde 2003 (primeira partida em 27 de outubro de 2004)

Seleção suíça : Campeão da Europa dos menos de 17 anos em 2002. Primeiro jogo com a equipe A em 26 de março de 2005 em Paris contra a França. Disputou 38 jogos pela seleção e marcou 5 gols (até maio de 2010).

Philippe Senderos fez parte da seleção suíça na Copa do Mundo de Futebol, na Alemanha, em 2006.

Philippe Senderos tem suas raízes paternas em Santiuste, um povoado da província espanhola de Guadalajara, a 133 km de Madri.

Sua mãe é originária da Sérvia.

Senderos fala espanhol, francês, italiano, alemão, inglês, um pouco de português e está aprendendo persa.

Gosta de música (Soul, R&B e Hip-Hop), leitura e videogames.

Adora tortilla de batata, choriço, presunto (jamón) serrano e paella cozinhada por sua mãe.

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