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Suíça e Turquia disputam “final antecipada”

Eren Derdiyok (à esquerda), Hakan Yakin e Goekhan Inler (à direita) Keystone/EQ Images

Suíça e Turquia disputam hoje a segunda partida pelo Grupo A da Euro, em Basiléia. O encontro é decisivo para a classificação para as quartas-de-final.

Além da tensão natural de uma decisão, há ainda a memória dos incidentes ocorridos nas duas últimas partidas, em Berna e Istambul, nas eliminatórias para a Copa da Alemanha, com a eliminação da Turquia. A partida também é especial para três jogadores da seleção suíça, de origem turca.

Para ainda ter chance de classficação no Grupo A, Suíça e Turquia precisam vencer esta noite, em Basiléia. A Suíça perdeu o jogo de abertura (1 a 0) para a República Checa, em Basiléia. A Turquia perdeu de 2 a 0 para Portugal, em Genebra.

Portanto, trata-se um jogo tenso e que tem como pano de fundo os incidentes ocorridos nas duas últimas partidas entre ambos, em Berna e em Istambul, pelas eliminatórias para a Copa na Alemanha.

As imagens do técnico turco, Fatih Terim, tirando a gravata e incitando seus jogadores a atacarem fisicamente os suíços no jogo de repescagem para o Mundial de 2006, em Istambul, ainda estão na memória dos jogadores e da comissão técnica suíça. Depois disso, houve sanções contra a Turquia e as duas federações fizeram as pazes.

Um futebol latino

Devido à grande cobertura da mídia desta Euro e da dimensão dada à segurança pelos organizadores, os riscos de incidentes são mínimos. “Espero que nos concentraremos unicamente no futebol”, resume o meio-campo suíço Gelson Fernandes.

“Depois da República Checa tática e fria, entramos no aspecto latino, instintivo e passional com a Turquia. Os turcos estão sob alta pressão, porque na Turquia a Suíça é considerada um pequeno país do futebol, um adversário fraco”, explica o ex-jogador da seleção e técnico Umberto Barberis.

Comentarista da Euro 2008 para swissinfo, ele considera a Turquia um time “bastante sólido em todos os setores e com vocação ofensiva. Mas o resultado depende do contexto, do árbitro, bem como da meteorologia e do ambiente no estádio. Os turcos têm um jogo técnico, com bastante velocidade”.

Técnico da seleção suíça Sub-17, Ives Débonnaire foi espionar a Turquia durante os jogos de classificação para a Euro e mantém discrição.

“Não estou autorizado a revelar o que anotei acerca dos turcos. Mas, de qualquer maneira, o técnico Fatih Terim é tão imprevisível que tudo é possível com ele. Só há uma coisa evidente: a Suíça vai ter que jogar muito bem para ganhar esse jogo. Ainda estão em jogo 6 pontos, o suficiente para se classificar.”

Hakan, Gökhan e Eren

Além de ser decisiva, a partida terá ainda um gosto particular para os três jogadores da seleção suíça de origem turca, Hakan Yakin, Gökhan Inler e Eren Derdiyok.

“Claro que esse jogo é especial para mim porque a Turquia é o país dos meus pais e falo a língua desse país”, reconhece Derdiyok. Ele é o mais jovem jogador da seleção suíça e deverá substituir Alexander Frei no ataque suíço.

“Mesmo se enfrentamos a Turquia, é uma partida como outra qualquer, em que a Suíça precisa ganhar. Nós falamos sempre com Hakan e Gölkhan e eles estão exatamente na mesma situação que eu”, acrescenta Derdiyok.

“Com minhas origens turcas, claro que é um desafio particular para mim. Conheço pessoalmente vários jogadores da seleção turca e estou impaciente por jogar contra ele. Será uma aventura emocionante, mas é certo que abordarei esse jogo como outro qualquer”, explicou recentemente Gökhan Inler à swissinfo, que o entrevistou em seu clube, o Udinese.

Quanto a Hakan Yakin, ele declarou há dias a um jornal que vai todo ano à Turquia, principalmente para ver seus amigos do Galatasaray, clube em que jogou durante seis meses alguns anos atrás. Foi uma experiência curta, mas importante para sua carreira.

“Para Hakan, Gökhan e Eren a partida é especial, mas também é para todos os jogadores da equipe. Parece que a cada dia nós jogamos contra os turcos, mas há muita coisa em jogo”, conclui Tranquillo Barnetta.

swissinfo, Mathias Froidevaux, Feusisberg

Suíça e Turquia disputaram dois jogos de repescagem nas Eliminatórias para a Copa de 2006, em Berna e em Istambul. Houve muitos problemas nos dois jogos.

Em Berna, o hino nacional turco foi vaiado. No jogo de Istambul, jogadores suíços foram fisicamente agredidos até dentro dos vestiários, depois do jogo.

Jogadores das duas equipes foram sancionados pela Fifa.

Na classificação para a Euro 2008, a Turquia terminou em segundo lugar do grupo, atrás da Grécia (detentora do título desde 2004, em Portugal).

Como a Suíça, a Turquia disputou sua primeira Euro m 1996, na Inglaterra. Também foi eliminada na primeira fase. No entanto, a Turquia se classificou quatro anos depois para a Eurocopa na Bélgica-Holanda.

Foi classificada em um grupo com Itália, Suécia e Bélgica, mas perdeu nas quartas-de-final para Portugal (2 a 0).

A Turquia disputou duas Copas do Mundo: em 1954 na Suíça e em 2002 (Coréia-Japão), onde terminou em terceiro lugar.

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