Trabalhadores suíços são desiguais diante do câncer
Na Suíça, os riscos de câncer variam muito de uma categoria social ou profissional para outra. O estudo divulgado quinta-feira, 06/9, demonstra isso claramente.
Os resultados devem permitir melhorar a prevenção e a proteção dos trabalhadores.
O estudo, encomendado pela Liga Suíça contra o câncer e pela Associação de Registro de Tumores, foi feito com 58 mil pacientes homens, entre 1980 e 1993, nos Cantões (estados) de Basiléia, Genebra, St-Gallen, Vaud e Zurique.
Os resultados demonstram de todas as categorias sócio-econômicas estão sujeitas ao câncer mas que há disparidades de uma categoria para outra.
Câncer de pobre e câncer de rico
Entre os operários, a incidência de câncer ligado ao consumo de tabaco e álcool é duas vezes maior. São portanto mais freqüentes entre eles o câncer de pulmão, faringe e esôfago.
Por outro lado, entre os executivos é mais comum o câncer dos testículos, próstata e de pele. Frequëntemente expostos ao sol nas horas de lazer, os executivos têm a mesma proporção de câncer de pele que os agricultores, que trabalham ao ar livre.
Devido a vida sedentária, os executivos também têm mais câncer de cólon que os operários.
Uma maneira simples de reduzir as disparidades sócio-econômicas seria dirigir melhor as campanhas de prevenção às populações diretamente afetadas.
Câncer no trabalho
O estudo demonstra ainda que os chamados câncers profissionais também são freqüentes na Suíça. Sabe-se que a exposição ao amianto aumenta o risco de câncer de pulmão.
Contudo, o estudo mostrou também que os marceneiros têm maior número de câncer nasal e o cabeleleiros câncer de visícola. Nesses dois casos, as causas são menos conhecidas.
Na Europa, admite-se que 6% dos casos de câncer são causados por exposição direta a um produto cancerígeno no local de trabalho. Na Suíça, não existe qualquer compensação para os casos de câncer profissional, critica a Liga Suíça contra o câncer.
Prioridade de saúde pública
A Associação suíça de registro de tumores e a Liga Suíça contra o câncer exigem uma maior controle dos riscos de câncer no trabalho.
Afirmam que é necessário estudar melhor as relações de causa e efeito detectadas pelo estudo mas também de impedir que os trabalhadores tenham contato com substâncias, produtos e gases potencialmente cancerígenos.
swissinfo com agências
– Estudo foi feito com 58 mil pacientes durante 13 anos.
– Operários têm mais câncer de pulmão, faringe e esôfago.
– Executivos têm mais câncer de testículos, próstata e cólon.
– 6% dos casos de câncer na Europa são ligados ao trabalho.
– É necessário continuar os estudos e evitar contato no trabalho com substâncias cancerígenas.
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