Perspectivas suíças em 10 idiomas

Trabalho na Suíça como “au pair”

Várias organizações como a Diaconia oferecem o programa. www.au-pair-vij.org

Aprender um idioma, ganhar algum dinheiro e conhecer os costumes locais são uma combinação interessante para jovens entre 18 e 25 anos, que querem acrescentar a experiência de viver no exterior ao seu currículo.

Os programas Au Pair reúnem essas oportunidades.

A boa notícia é que este tipo de intercâmbio, antes apenas permitido para cidadãos de países da União Européia ou de membros do EFTA (Noruega, Islândia ou Liechtenstein), agora está aberto para candidatos de qualquer país, desde que a nova lei dos estrangeiros entrou em vigor, na Suíça, no início de janeiro.

Segundo o órgão suíço responsável por assuntos migratórios, a Divisão Federal de Migração (BFM na sigla em alemão), o país quer promover o intercâmbio cultural.

Como funciona

Normalmente, as famílias interessadas em receber jovens e os candidatos para o trabalho se inscrevem em agências especializadas. Em uma segunda etapa são feitas entrevistas com cada parte até que se possam encaixar estudantes com o perfil desejado, em cada família.

Os participantes do programa contam com um quarto privativo na casa onde se hospedam e recebem cerca de 700 francos suíços por mês, como salário, além de folgas semanais.

Em troca, têm a obrigação de freqüentar cursos de idiomas com carga horária de aproximadamente quatro horas por dia, e ajudar nas tarefas da casa, como cuidar das crianças, lavar roupas e preparar refeições simples. Estas tarefas podem somar entre 30 e 40 horas de trabalho, por semana. Todas as regras devem estar previstas em contrato.

Experiências positivas

Até agora a prática é muito mais comum entre famílias e estudantes suíços, que buscam aprender os idiomas oficiais do país para melhorar o currículo antes de começar a formação profissional.

Apesar da procura por esta atividade ser mais freqüente entre mulheres, a experiência como Au Pair foi positiva para o empregado comercial suíço, do cantão do Emmental (centro), Markus Fankhauser.

Há alguns anos ele decidiu aceitar a proposta de uma família de Semsal, no cantão de Friburgo, para passar um período aprendendo francês. “Eu cuidava das crianças e lavava as roupas da família, mas aprendi o idioma e a viver com mais independência”, conta.
“Me sentia como um membro da família e participava dos passeios de fim de semana”, acrescenta.

Para famílias com um esquema de vida que inclui horários irregulares, ter um jovem, ou uma jovem Au Pair em casa pode ser uma boa solução.

Foi o caso da enfermeira Violaine Buillard , mãe de três crianças e esposa de um médico, que vive em uma área rural perto de Estavayer au Lac, no cantão de Friburgo.

Ela já teve cinco jovens Au Pairs morando em sua casa. “Uma delas estava especialmente motivada para aprender o idioma, tinha carteira de motorista e me ajudou muito com as crianças”, diz. “Com nossos horários de trabalho seria muito difícil organizar-nos de outra maneira”, afirma.

Motivação, vontade de aprender e bom relacionamento com crianças são as qualidades ideais para jovens que almejam vir à Suíça como Au Pair, segundo Sabine Conrad, agente da Pro Filia no cantão dos Grisões (leste), uma das agências que faz o trabalho de colocação de Au Pairs em várias regiões do país. “Uma das melhores maneiras de aprender um idioma é passar um período com uma família e cuidar das crianças”, diz.

Candidatos não europeus

As agências especializadas em alocar jovens Au Pair em famílias suíças foram surpreendidas com a decisão da nova lei dos estrangeiros, mas já começam a preparar o terreno para a chegada dos candidatos que vêm de outros continentes.

“Com a possibilidade da chegada de Au Pairs de fora da Europa, as famílias têm que estar melhor preparadas para lidar com as diferenças culturais”, explica Edith Stillhart, agente da Pro Filia, no cantão de Saint Gallen.

“Este trabalho de esclarecimento leva tempo”, afirma. Por esta razão, programas Au Pair incluindo estrangeiros ainda não são muito comuns na Suíça. “Os detalhes sobre as regras que vão reger os contratos entre famílias suíças e Au Pairs não europeus ainda não estão totalmente estabelecidas” explica Stillhart.

Ela acrescenta que facilita, para candidatos estrangeiros, ter pessoas conhecidas na Suíça, sejam parentes ou amigos. Mesmo que eles não pertençam à família onde o jovem vai hospedar-se como Au Pair.

“Assim temos uma referência dessas pessoas e podemos contar com esse conhecidos, caso os Au Pairs tenham que deixar a família por algum motivo e não tenham para onde ir antes de voltar ao país de origem”, diz.

Por razões de segurança dos Au Pairs e das famílias, a recomendação é sempre aderir ao programa por intermédio de uma agência com experiência nesse tipo de intercâmbio, conhecida no mercado e que forneça um contrato com os direitos e deveres dos jovens e das famílias que os recebem.

A agência geralmente informa sobre os procedimentos para obtenção de vistos e faz a mediação entre a família e os Au Pairs, também durante o período na Suíça, caso seja necessário.

Como candidatar-se



As agências suíças que aceitam candidatos para o programa Au Pair ainda não contam com parcerias para atuar em todos os países. Por esta razão os interessados em procurar uma família que os receba no país devem entrar em contato diretamente com as agências Pro Filia ou Go2talk, em francês ou alemão.

Uma taxa de serviço normalmente é cobrada pela agência para alocar os Au Pairs nas famílias. No caso de candidatos estrangeiros estes valores ainda não estão definidos. O programa dura no máximo um ano, só pode ser feito uma vez, e está aberto para homens e mulheres.

swissinfo, Heloísa Broggiato

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