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Um exemplo de integração

Fabinho em ação no FC Will. Keystone

« Voltar para o Brasil, só se for para um time grande, senão não dá”.

O meia-ofensivo carioca aprendeu o dialeto suíço-alemão e foi eleito capital do time.

« Voltar para o Brasil, só se for para um time grande, senão não dá”, afirma o meia ofensivo do FC Wil, clube da primeira divisão (Superliga) da pequena cidade do mesmo nome, pertinho de St.Gallen, capital do cantão (estado).

Capital eleito

Também pudera! Há 4 anos no futebol suíço, Fabinho é um dos jogadores brasileiros melhor integrados na Suíça. Ele é inclusive o único brasileiro capitão de um time suíço da primeira divisão, eleito recentemente pelos próprios colegas de clube.

«Já atuava como capitão, substituindo um zagueiro suíço quando ele não jogava », explica o carioca. « Com a mudança de técnico, ele resolveu fazer uma eleição, em dois turnos, e eu fui eleito. »

Além do reconhecimento da seriedade do jogador, isso significa que ele também domina o difícil dialeto suíço-alemão, falado por quase dois terços dos suíços.

« É, aprendi e até sou capaz de xingar todo mundo na língua deles », diverte-se Fabinho, que tem até namorada suíça-alemã !

Mas não foi sempre assim. Quando chegou, em 1999, sofria demais com o frio e não conseguia se comunicar. Encontrou também um outro futebol, mais duro, mais físico e mais organizado.

« Minha sorte é que tinha jogado em Santa Catarina e o futebol aqui é um pouco parecido », afirma Fabinho. « Mas não é violento, é o jeito deles mesmo. »

Adaptar-se à vida na Suíça também não foi fácil. « No primeiro prédio que morei, depois de três meses uma senhora me cumprimentou no corredor e, mesmo assim, depois fui saber que era uma espanhola ! Aqui é cada um por si ».

Vereador?

Da Suíça, Fabinho tinha algumas informações antes de conhecer o país, através de um amigo do pai dele que morava e ainda mora no país. Do futebol suíço sabia do FC Lugano porque foi o clube do zagueiro Mauro Galvão. Conhecia também o FC Sion, por causa de Assis e Túlio, que passaram pelo clube.

Mas isso também mudou e agora ele é conhecido na cidade, cumprimentado e solicitado a dar autógrafos. Um dia desses lhe pediram um autógrafo dentro do trem, bem longe de Will.

„Acho que já posso até pra ser candidado a vereador aqui“, brinca Fabinho, que vai duas vezes por ano de férias, mas só de férias, ao Brasil.

swissinfo, Claudinê Gonçalves

– Nome: Fábio de Souza (Fabinho).

– Nascimento: 10.04.75 (Rio de Janeiro).

– Clube de formação: Motoclube

– No FC Wil desde 1999, um ano emprestado no Delemont.

– Altura : 1,72 (72 kg).

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