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Vancouver abre o apetite olímpico dos suíços

Últimos preparativos em Vancouver para los 21° Jogos Olímpicos de inverno. Reuters

Os Jogos Olímpicos de inverno serão abertos nesta sexta-feira (12) em Vancouver, no Canadá. A Suíça participa com 146 atletas, a maior delegação já enviada às Olimpíadas de inverno.

As chances de medalha são reais, principalmente em esqui.

Treinador principal da seleção olímpica suíça (Swiss Olympic Team), Gian Gilli, considera que a Suíça formou uma delegação promissora. Provavelmente a mais promissora desde que assumiu o cargo. Ele já tem sete olimpíadas em seu currículo.

“Esta equipe é muito forte e ambiciosa, com numerosos atletas que já têm experiência olímpica”, afirma. “Os favoritos são muitos, mas é preciso concentrar os esforços no desempenho e não nas medalhas. Se eles derem o melhor do potencial, as medalhas virão”, explica o treinador.

Em 2006, nas Olimpíadas de Inverno de Turim, a Suíça ganhou 14 medalhas. No Canadá, Gian Gilli estima que o potencial é de 10 a 12 medalhas, mas julga “convincente” a probabilidade de ganhar mais.

Os suíços estão, de fato, bem situados em esportes como o curling, o bobsled e a patinação artística, segundo Gilli. “A equipe feminina de bob é muito boa”, afirma. “A masculina também tem atletas de alto nível. A equipe feminina de hóquei no gelo é impressionante em energia e convicção.”

A esperança Didier Couche

Mas, como sempre, é nas provas de esqui que se concentram mais esperanças, e isso em todas as disciplinas. A Suíça não tem o hábito, por exemplo, de impressionar no biatlo. Gian Gille precisa que a única suíça em competição, Selina Gasparin, de 25 anos, merece respeito.

Quanto ao esqui alpino, a tradicional disputa pela medalha de ouro entre a Suíça, a Áustria e os Estados Unidos deve se repetir mais uma vez. No masculino, a Suíça está bem e pode escalar dez esquiadores entre os mais talentosos do país.

Apesar da fratura do polegar, Didier Couche está entre os favoritos nas categorias super-G e descida. Ele já ganhou quatro corridas da Copa do Mundo esta temporada.

“Não sinto mais dor e começo a usar melhor o meu dedo”, explica à swissinfo.ch. “Quero ganhar uma medalha – pouco importa a cor – mas depois de duas vitórias na pista mítica de Kizbühel, na Áustria, não estou no Canadá com os objetivos menores. Tive que corrigi-los ligeiramente para baixo.”

Chances de Défago e Janka

Também há outros questionamentos quanto a Didier Défago, outro esquiador da equipe. Ele teve um mês de janeiro difícil em que perdeu seus dois títulos em Wengen e Kitzbühel, pelo Campeonato Mundial. Além disso, foi eliminado nas duas últimas provas antes das Olimpíadas.

Se os dois Didier não vencerem, a Suíça ainda tem um outro grande valor do esqui, Carlo Janka. Ele esteve no pódio oito vezes este ano e, aos 23 anos, poderá repetir a façanha nos Jogos Olímpicos.

Há ainda Silvan Zurbriggen como quarta carta no baralho do esqui suíço. Ele também esteve quatro vezes no pódio esta temporada e diz que vai dar o máximo no Canadá. “Não vou esquiar como um louco, senão não ganhamos nada. Mas essa chance existe somente a cada quatro anos e não é o momento de dormir”, afirma.

No feminino, somente cinco esquiadoras participarão das Olimpíadas. Fabienne Suter, que teve dois pódios na temporada, é a principal candidata a medalha. Nadja Kamer, que era desconhecida alguns meses atrás, pode surpreender. Operada de um joelho, Dominique Gisin será uma surpresa ainda maior se ganhar uma medalha.

Mas os grandes nomes do esqui feminino atual não estarão no Canadá. Machucadas, Lara Gut, Fränzi Aufdenblatten e Martina ficaram em casa.

A experiência conta muito

“Perdemos seis atletas com potencial importante por causa de lesões. É duro, mas é o esporte”, diz Gian Gilli. “Agora é preciso estar motivado ao máximo para apoiar os 146 atletas que estão em Vancouver.”

Entre eles, está o especialista do salto, Simon Ammann. Ele ganhou duas medalhas de ouro em 2002, em Salt Lake City, e lidera atualmente a Copa do Mundo de salto de esqui. Está, portanto, em grande forma desde o início da temporada.

No esqui de fundo, Dario Cologna conhece sua missão: pelo menos igualar Andi Grünenfelder, medalha de bronze dos 50 km em Calgary, em 1988. Vítima de uma distensão muscular na coxa em setembro, ele começou devagar a temporada, mas foi muito bem nas últimas competições.

Sem esquecer os outros

Gian Gilli lembra que os suíços também têm boas chances de medalha em esportes reconhecidos recentemente. No snowboard, Gian Simmen ganhou medalha de ouro em Nagano, no Japão, em 1998, quando a disciplina era disputada pela primeira no esporte olímpico.

Este ano, o skicross é uma nova disciplina. Inspirado do MotoCross, esse esporte é disputado por quatro atletas ao mesmo tempo, em um percurso ondulado e com trampolins e curvas. A Suíça terá oito atletas nesse novo esporte, quatro no masculino e quatro no feminino. As provas serão em Cypress Moutain, ao norte de Vancouver.

Muito popular, a patinação artística em casal terá Anaïs Morand, 16 anos, e Antoine Dorsaz, 20 anos, defendendo as cores da Suíça, presente há 46 anos nessa disciplina. No individual, o suíço Stéphane Lambiel é um dos favoritos.

No total, os suíços competem em 14 esportes diferentes. Bater o recorde de medalhas ou voltar com as mãos abanando, não é o mais importante para Gian Gilli, que prefere enfatizar a experiência de participar das Olimpíadas.

“Eles não esquecerão jamais”, afirma, rememorando o espírito de camaradagem e o respeito que existe entre os melhores atletas do mundo nos Jogos Olímpicos. “Quando penso nisso, eu mesmo fico arrepiado”, conclui o treinador.

Tim Neville, swissinfo.ch
(Adaptação: Claudinê Gonçalves)

Datas: de 12 a 28 de fevereiro.

Orçamento operacional: 1,73 bilhões de dólares canadenses.

Voluntários: 25.000.

Jornalistas: 13.000.

Ingressos à venda: 1,6 milhões.

Público estimado: 250.000.

Telespectadores: 3 bilhões.

População de Vancouver: 612.000.

População de Whistler: 10.000

População de Whistler durante os JO: 55.000.

Útimos JO no Canada: Calgary 1988.

Quase36.000 suíços vivem hoje no Canadá.

A presença helvética em terra canadense começou no século 17.

Soldados suíços a serviço da França
estavam nas primeiras expedições na Acádia (regiões de língua francesa).

Em 1649, um grupo de suíços de Friburgo fundou uma pequena colônia perto de Québec.

Por volta de 1750, 400 protestantes suíços se instalaram na Nova Escócia.. Em 1850, chegaram centenas de agricultores, comerciantes e trabalhadores.

Depois da Segunda Guerra Mundial, muitos suíços emigraram para o Canadá.

Em Alberta, uma cidade se chama Stettler, do nome de Karl Stettler, um suíço de Berna que fundou uma colônia em 1905.

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