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70% de detentos em prisões suíças são estrangeiros

A maioria dos detentos estrangeiros não têm autorização de estadia. Keystone

Segundo estudo feito por pesquisadoes de Berna, capital suíça, os prisioneiros estrangeiros representam cerca de quatro quintos da população carcerária na Suíça.

O fato que suíços e estrangeiros residentes legalmente no país cumpram cada vez mais suas penas em liberdade, explica essa situação.

Segundo o estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Berna, os estrangeiros geralmente são mantidos em prisões fechadas.

Primeiro, porque há um risco maior de fuga mas também porque a maioria é expulsa para o país de origem depois da execução da pena.

O estudo foi feito dentro do Programa Nacional de Pesquisa 51, “Integração e Exclusão”, entre 2003 e 2005, em dois duas (Thorberg e Hindelbank) das sete prisões e penitenciárias fechadas da Suíça.

A composição muito variada da população carcerária e os problemas resultantes também foram estudados pelos pesquisadores da Universidade de Berna.

Os detentos estrangeiros raramente são originários dos países vizinhos da Suíça. As mulheres provém sobretudo da América Latina e os homens da sudeste da Europa.

A maioria desses detentos não tinham autorização de estadia nem de residência, antes de serem presos.

Reinserção quase impossível

Outra conclusão do estudo é que o fato de estarem em prisões impossibilita a reinserção dos estrangeiros, direito que, no entanto, está inscrito na lei.

“De um lado, explicam os pesquisadores, não há inserção progressiva possível através de folgas ou de um trabalho fora da prisão. Por outro lado, é praticamente impossível apoiar uma reinserção no país de origem.”

Por isso, observa o estudo, privilegia-se geralmente a integração à vida penitenciária.

Dentro das prisões, os condenados podem trabalhar ou seguir uma formação escolar ou profissional. Mas há freqüentemente problemas de língua e de comunicação.

Para melhorar a situação, os pequisadores propõem diferentes soluções como a intervenção de intérpretes e a participação das penitenciárias em programas de ajuda ao retorno dos detentos a seus países.

O estudo sugere ainda uma planificação da execução da pena de cada detento, a fim de preparar “judiciosamente” o retorno à liberdade.

swissinfo com agências

– A proporção de detentos estrangeiros tende a aumentar na maioria dos países europeus.

– A Suíça, com uma proporção de 70%, é um dos países com mais estrangeiros em suas prisões.

– A porcentagem de estrangeiros varia muito conforme o tipo de detenção.

– Como o risco de fuga é maior, os estrangeiros que não tinham permissão de estadia ou residência quando detidos são, em geral, mantidos em regime fechado.

– É isso que explica o maior número de estrangeiros nas prisões e penitenciárias.

Entre 2002 e 2005, o número de detidos nas prisões suíças passou de 5 mil mais de 6 mil.
A proporção de detentos estrangeiros é de 65%, mais 6% em vias de extradição ou expulsão.
A proporção de mulheres (5%) é estável.
A taxa de detentos em relação à população aumentou 12% desde 2003.
A Suíça tem 83 detentos por 100 mil habitantes, ou seja, menos que a média européia.

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