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Brasil não tem mais a supremacia no vôlei de praia

24 mil pessoas lotaram as tribunas para as partidas decisivas de sábado e domingo. Keystone

A exemplo do que ocorreu no futebol, o Brasil não é mais imbatível no vôlei de praia. Não é o que os brasileiros deixaram de jogar bem mas os outros estão jogando melhor.

Essa tendência já vinha sendo observada há alguns anos e foi confirmada no Mundial de Gstaad, na Suíça, onde os atletas brasileiros ganharam apenas uma medalha de bronze, no feminino. Os novos campeões do mundo são os americanos, no masculino e no feminino.

Os atletas brasileiros vieram numerosos ao Mundial de Gstaad, na Suíça, e evidentemente visavam as medalhas de ouro. Porém tiveram de se contentar com apenas uma, de bronze, no feminino, apesar de negarem não estar decepcionados.

No masculino, os campeões do mundo são os americanos Rogers/Dalhausser, que derrotaram na final os russos Barsouk/Kolodinsky (21-16;21-14 ). Portanto, os russos ficaram com a medalha de prata.

No feminino, as americanas Kerry Walsh e Misty May-Treanor ganharam seu terceiro título mundial desde 2003.

Emanuel/Ricardo em 4° lugar

Emanuel/Ricardo perderam para os australianos Schacht/Slack (21-17 e 21-19) a disputa pela medalha de bronze. Ao final da partida, Ricardo disse a swissinfo que não estava decepcionado mas reclamou “que o corpo do atleta, com tanta competição, também fica cansado”.

Duas horas antes eles haviam perdido a semifinal para os americanos Dalhausser/Rogers, que se tornariam campeões do mundo.

Emanuel disse que “às vezes as coisas não saem como a gente quer mas que o 4° lugar foi importante para a pontuação para os próximos jogos olímpicos”, em 2008, em Pequim. (ouças as entrevistas na coluna à direita).

Quando ainda estavam nas quartas-de-final, Emanuel – que forma com Ricardo a mais famosa e vitoriosa dupla brasileira – explicava a swissinfo que “a preparação foi feita para jogar muito bem o Panamericano do Rio (red. onde ganharam a medalha de ouro), prolongando até Mundial na Suíça”.

No masculino, quatro duplas disputaram o Mundial e três foram eliminadas antes ou nas oitavas de final: Fabio Luiz-Marco Araújo; Pedro Cunha-Franco e Harley-Pedro.

Europeus melhoram

Marcio, que faz dupla com Fabio Luiz (eliminados nas oitavas de final) disse a swissinfo que os europeus estão evoluindo muito física e técnicamente. “Eles são grandes e fortes por natureza, aí começaram a contratar técnicos brasileiros e passar períodos de treinamento no Rio, em Fortaleza, João Pessoa e já estão dificultando o acesso dos brasileiros ao pódio”. Mas ele acredita que os brasileiros “ainda terão a hegemonia por mais alguns anos” (ouça a entrevista na coluna à direita).

No feminino, cinco duplas brasileiras disputaram o Mundial de Gstaad, região central da Suíça. Larissa França e Juliana Felisberto ganharam a medalha de bronze. As outras duplas (Adriana-Shelda; Leila-Ana Paula; Renata-Talita e Maria Clara-Carol), foram eliminadas antes.

O bronze de Larissaa/Juliana

Na final, as americanas Kerry Walsh e Misty May-Treanor ganharam seu terceiro título mundial desde 2003, derrotando as chinesas Jian Tia/Wang 2:0 (21:16; 21:10), que ficaram com a medalha de prata.

Para Larissa e Juliana, o bronze é um bom resultado considerando-se que do Mundial participaram os melhores atletas do mundo e dupla do bronze no Mundial ganhou a medalha de ouro no Panamericano do Rio.

No entanto, sempre no feminino, duplas brasileiras ganharam a medalha de ouro em 2005 e a de prata em 2006.

“Hoje não jogamos bem e eu, pessoalmente, cometi muitos erros, mas é fato que o nível geral está cada vezem melhor”, disse Juliana a swissinfo, ao final da cerimônia de entrega das medalhas (ouça a entrevista na coluna à direita).

Claro, o Brasil ainda será um país de vôlei de praia por muito tempo e seus atletas continuarão a ser respeitados e bem recebidos em toda a parte, como são atualmente. Mas os atletas sabem que terão de se preparar ainda melhor e os torcedores terão de se habituar a algumas derrotas.

Suíça e Portugal

Os suíços tinham três duplas femininas e quatro masculinas disputando o Mundial. A dupla que foi mais longe foi Sascha Heyer/Patrick Heuscher nas oitavas de final. Na classificação geral a Suíça termina o mundial em 17° lugar.

De Portugal, veio apenas uma dupla, Brenha/Maia, a mais famosa do vôlei de praia português. Eles Mundial, foram elimanados pelos americanos que Rogers/Dalhausser (campeões do mundo). Brenha disse a swissinfo que a “estatura e o aprimoramento técnico dos atletas nos últimos anos é evidente”. E espera que os dirigentes do voleibol nacional dediquem-se a encontrar novos talentos.

swissinfo, Claudinê Gonçalves, Gstaad

O Mundial de Gstaad, centro da Suíça, ocorreu de 24 a 29 de julho 2007.
96 duplas disputaram 218 partidas e prêmios no total de 1 milhão de dólares (500 mil e 500 mil para as mulheres)
6.250.000 francos suíços foi o orçamento da organização
12.000 lugares sentados nas tribunas, lotadas para as finais de sábado e domingo.
2.300 toneladas de areia
700 voluntários

O esporte surgiu por volta de 1920 na costa oeste dos Estados Unidos. Inicialmente era praticado por surfistas califonianos para passar o tempo que o mar não estava bom. Desde os jogos de Atlanta, em 1996, passou a ser um esporte olímpico. Em 1992, em Barcelo, fora apenas de caráter demonstrativo.

Esse esporte – derivado do voleibol – é jogado por duas equipes de dois jagadores em um espaço de areia de 8 metros por 8. A rede tem 2,23 m para os homens e 2,24 m para as mulheres.

Uma partida é jogada em três sets de 21 pontos. Se um set decisivo precisa ser jogado, a primeira equipe que marca 15 pontos ganha a partida. As equipes trocam de lado a cada 7 pontos para que ambas tenham as mesmas condições de sol e vento.

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