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Dinheiro do sangue é depositado na Suíça

Charles Taylor, presidente da Libéria, é acusado de crimes contra a humanidade pelo Tribunal especial da ONU. Keystone

Governo mandou bloquear contas suíças do presidente liberiano Charles Taylor.

Medida atende pedido do Tribunal Especial para os crimes de guerra em Serra Leoa, que acusa o chefe de Estado africano de crimes contra a humanidade.

“Dinheiro liberiano manchado de sangue é encontrado em contas suíças” é o título da manchete publicada no jornal “Tages-Anzeiger” hoje pela manhã.

A matéria relata a denúncia feita pela organização inglesa de defesa dos direitos humanos “Global Witness”, de que o presidente liberiano Charles Taylor disporia de milhões de dólares depositados na Suíça.

Paralelamente à denúncia, o Ministério da Justiça ordenou segunda-feira o bloqueio provisório de diversas contas em bancos de Zurique e Genebra, onde estaria depositado dinheiro pertencente ao chefe de Estado africano e a homens de negócios ligados ao seu governo.

Pedido do Tribunal especial em Serra Leoa

A medida atende ao pedido feito na última quinta-feira pelo Tribunal Especial para os crimes de guerra em Serra Leoa, que acusa Taylor de crimes contra a humanidade. O dirigente africano teria “a maior responsabilidade” na cruenta guerra civil que afligiu a nação vizinha de Serra Leoa.

Taylor, o chefe paramilitar da Frente Patriótica Nacional da Libéria (FPNL), que se tornou presidente do país, é acusado de ter apoiado forcas rebeldes durante a guerra civil na Serra Leoa, entre 1996 e 2001. Em contrapartida, o presidente liberiano teria recebido diamantes. A receita das vendas estaria agora depositada em diferentes países, sendo que a Suíça seria um deles.

Os rebeldes violentaram, mataram, mutilaram e seqüestraram dezenas de milhares de civis; entre outras torturas, cortavam as mãos, pés, lábios e orelhas de suas vítimas.

Mais de 1 bilhão de dólares na Suíça

Segundo o Banco Central da Suíça, até o final do ano passado os bens liberianos encontrados em contas suíças eram avaliados em 1,7 bilhão de dólares. A instituição não detalha, porém, quem seriam os detentores da vultuosa soma.

Swissinfo com agências

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