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EUA podem apoiar segredo bancário suíço

Para o governo suíço, o segredo bancário é inegociável Keystone Archive

A administração Bush deverá tomar posição nos próximos dias sobre o projeto da União Européia de combate à evasão fiscal. Se os EUA não aderirem cessarão as pressões sobre o segredo bancário suíço.

O projeto da União Européia (UE) prevê troca de informações bancárias entre os 15 países membros a cada vez que um cidadão europeu abre uma conta em outro país da UE.

Segredo inegociável

O objetivo é lutar contra a evasão fiscal mas o projeto não pode funcionar sem a adesão de outros países não membros da UE, principalmente Suíça e Estados Unidos.

Na prática, o projeto europeu significa o fim do segredo bancário, que a Suíça considera primordial para manter a competividade de sua praça financeira.

Bruxelas acusa a Suíça de fazer vista grossa para a evasão fiscal, que não é considerada crime na Suíça. O governo suíço resiste e afirma que o segredo bancário è inegociável.

Os bancos suíços administram cerca de 35% da poupança mundial privada e institucional depositada no exterior e estimada em 2 trilhões de dólares. Outro dado é que o setor financeiro corresponde a 12% do PIB (Produto Interno Bruto) da Suíça.

Nenhuma chance

Como a Suíça, os EUA também discutem o projeto da UE mas, segundo o Wall Street Journal a administração Bus deverá rejeitar as diretivas da UE, enterrando definitivamente o projeto. O governo americano privilegiaria a colaboração bilateral com cada país para a troca de informações.

Recentemente, o porta-voz da Associação Suíça de Banqueiros, James Nason, afirmava à swissinfo que o projeto de troca automática de informações da UE “não tinha qualquer chance de ser adotado.

Como alternativa, Berna propõe a cobrança de uma taxa fixa sobre os lucros dos depósitos de cidadãos da UE nos bancos suíços, taxa que seria devolvida a Bruxelas. Seria uma maneira de preservar o segredo bancário.

Melhor reduzir impostos

Suíça e EUA já tiveram atritos por causa do segredo bancário anos atrás, durante a crise das contas inativas em bancos suíços desde a Segunda Guerra Mundial.

No entanto, depois dos atentados do 11 de setembro, várias vezes as autoridades americanas elogiaram a colaboração da Suíça no bloqueio de contas suspeitas de financiamento ao terrorismo.

Por outro lado, segundo negociadores suíços com a UE, tanto Suíça como Estados Unidos pensam que a melhor maneira de combater a evasão fiscal é reduzir impostos.

swissinfo com agências

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